"Para nós, um relatório do FMI é como um parecer do Conselho Económico e Social, é como um relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental da Assembleia da República, é como um parecer do Conselho de Finanças Públicas, é como a opinião de um parceiro social, é como um relatório da OCDE, é como uma apreciação da Comissão Europeia. É um entre outros relatórios que constituem trabalhos e informações preparatórias da elaboração da nossa política orçamental e das nossas grandes opções", respondeu Carlos César aos jornalistas, no parlamento, quando questionado sobre o relatório do FMI que foi hoje conhecido.
O líder da bancada parlamentar do PS afirmou ainda que "o FMI não trabalha em Portugal nem é um gabinete do Governo português", recordando que "a análise do FMI está muito marcada ao longo dos anos por sucessivas falhas em previsões no que diz respeito à economia portuguesa e ao défice português".
"Portanto nós lemos todos os relatórios, nós achamos importante que os decisores tenham em consideração tudo o que se diz, mas o essencial é que o Governo prossiga o trabalho que está a fazer e continue a obter os resultantes positivos crescentes que está a ter", enfatizou.
O FMI recomendou que o Governo socialista aplique medidas de austeridade de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de 900 milhões de euros, no próximo ano, focando-se nos salários e pensões da função pública e insistiu que são precisas "mais medidas adicionais" para que Portugal cumpra a meta do défice com que se comprometeu para este ano, de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para Carlos César, o que é preciso fazer é transmitir aos portugueses uma mensagem que é justificada: "a de que estamos a recuperar, a de que estamos a trabalhar e a de que o país suprirá as dificuldades em que esteve mergulhado nestes últimos anos".