"Não aceito que me limitem direitos e atribuam intenções malévolas"

Durão Barroso diz que a polémica em torno do seu novo cargo na Goldman Sachs deve-se ao facto de "ser português".

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Carolina Rico
23/09/2016 14:46 ‧ 23/09/2016 por Carolina Rico

Política

Durão Barroso

Durão Barroso diz não aceitar ser tratado pela Comissão Europeia como lobista por ter aceitado ser o novo presidente não-executivo da Goldman Sachs.

"Não aceito que me sejam limitados os meus direitos. Fiz tudo de forma transparente regular e escrupulosamente certa e não aceito que me atribuam agora intenções malévolas", condenou.

Na sua qualidade de ex-presidente da Comissão Europeia, assim como ex-primeiro-ministro de um Estado-membro, Durão Barroso teria o direito a um 'tratamento VIP' pelos líderes e instituições europeias em Bruxelas, mas devido ao seu novo cargo será tratado como um representante de interesses e  terá de dar explicações ao executivo europeu sobre a sua relação contratual com o banco.

“Sei que o Goldman Sachs é um nome controverso, mas como são controversos o nome de praticamente todos os bancos internacionais […] Aceito algumas críticas, mas não aceito outras”, disse aos jornalistas após uma conferência em Cascais.

"O que eu não aceito é que se procure criar uma discriminação contra uma entidade financeira que opere nos mercados devidamente legalizada e regulada e também não aceito que haja discriminação em relação a mim", condenou.

"Não posso aceitar que outras pessoas que estiveram na Comissão, inclusive o presidente da Comissão Europeia, tenham trabalhado para o Goldman Sachs e contra mim haja, talvez seja por ser português".

“Se fosse contra um membro italiano, imediatamente a Itália caía toda em cima” de quem estivesse contra a sua decisão de aceitar o cargo, garante.

Questionado sobre a moralidade de trabalhar para um dos bancos que contribuiu para a crise na Europa, Barroso foi perentório: “houve muitos bancos acusados de contribuir para a crise financeira, uma coisa é certa, eu não contribuí”.

O Goldman Sachs "não é um cartel de droga, é uma entidade legal. Acho perfeitamente ético e moral trabalhar para o Goldman Sachs da mesma maneira que acho completamente ético e moral trabalhar para outros bancos”.

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