"Nós queremos mais mas não faremos alianças pontuais com a direita, que só servem o interesse da direita de chegar mais depressa ao governo e a esperar que o Diabo chegue. O Diabo são eles próprios, enfim, não fazemos alianças com o Diabo, nunca o fizemos aliás", explicou Catarina Martins, em Braga, numa sessão com cerca de 70 pessoas sobre o Orçamento do Estado (OE),aprovado sexta-feira na generalidade como voto favorável do Bloco de Esquerda, PS, PCP e PEV.
Sobre a discussão na especialidade do OE, a porta-voz do Bloco explicou que o partido irá dar contributos para melhorar o documento: "O Bloco de Esquerda vai fazer propostas de alteração na especialidade, sim, mas não fará propostas que deitam abaixo o Orçamento do Estado", assegurou.
Catarina Martins voltou a referir que Portugal "ainda não saiu da austeridade" mas que o OE para 2017 prossegue o caminho de "parar o empobrecimento", reconhecendo que ao principal documento orientador do Estado tem "ainda fragilidades" mas que tem também coisas positivas.
"A marca deste orçamento do ponto de vista da recuperação de rendimentos é o aumento extraordinário das pensões, que não tem como contrapartida nenhum corte em prestações sociais", apontou.
Segundo a líder bloquista este foi o OE "possível" e que "cumpre o acordo" com o PS mas, salientou, que para se fazerem "alterações estruturais é precisa muito mais força à esquerda".
"É com a força que temos que estamos a trabalhar muito, todos os dias, para conseguirmos disputar alterações", concluiu.