"Imaginam o que é uma vida inteira de trabalho, 40 e tal anos de carreira contributiva e as pessoas, chegando ao limite em que desejam naturalmente a reforma, serem confrontados com uma penalização brutal que reduz significativamente as suas pensões e reformas?", questionou, durante um almoço/comício em S. Pedro do Sul.
Jerónimo de Sousa lembrou que o PCP colocou esta questão ao primeiro-ministro "em sucessivos debates quinzenais".
Segundo o líder do PCP, tendo em consideração as notícias que leu hoje, "afinal o Governo e o BE também estão preocupados com a matéria e vão apresentar soluções".
"Bem-vindos PS e BE a este combate que travamos já há muito tempo na defesa dos interesses dos trabalhadores", frisou.
No entanto, considerou que "é pouco e é curto aquilo que se conseguiu", ainda que continue "a valorizar muito o que foi alcançado".
Na sua opinião, "o grande problema é que o Governo do PS hoje não é capaz de fazer frente a constrangimentos" que o PCP considera fundamentais.
Se, por um lado, toda a gente concorda que "é preciso o desenvolvimento económico, o crescimento económico", por outro, "aparece o peso do défice, o peso da dívida, a política do euro", constrangimentos a esses objetivos, afirmou.
Jerónimo de Sousa disse que "não se pode ter sol na eira e chuva no nabal", ou seja, "não se pode afirmar o desenvolvimento económico soberano, aceitando estas limitações e estas restrições".
"Como é que nós podemos progredir, por exemplo, em relação ao serviço da dívida, em que vamos ter que pagar oito mil milhões de euros por ano?", questionou.
O almoço/comício em que o secretário-geral discursou inseriu-se na campanha nacional do PCP "Mais direitos, mais futuro, não à precariedade".