Vasco Lourenço analisou hoje na SIC Notícias o furto de material militar em Tancos, já depois de António Costa ter reiterado total confiança no ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e nas chefias das Forças Armadas. O 'capitão de Abril' começou por dizer que "tudo neste acontecimento continua a ser muito mal contado" e deixou no ar a ideia de que o assalto poderá ter sido inventado.
"Eu suspeito muito que isto é encenado”, disse Vasco Lourenço, que acrescentou: “Não houve assalto. Continua a falar-se em assalto, mas se tivesse havido um assalto as rondas faziam a diferença. É preciso averiguar bem porque estiveram 20 horas sem fazer ronda, porque naturalmente é para justificar a denúncia da falta de material. Na minha opinião, o material já não estava lá no dia em que foi denunciado".
O presidente da Associação 25 de Abril disse que a invenção do assalto poderia ter motivações políticas. "Não sei se não estaremos aqui perante uma invenção do assalto para provocar toda esta turbulência, que tem sido uma coisa extraordinariamente grande de ataque ao Governo".
Vasco Lourenço até avançou com três cenários que poderão explicar a invenção do assalto a Tancos. "Quem furtou o material ao longo do tempo provoca um assalto para justificar que o material não está lá; outra, que também acontece muitas vezes, o material é usado em instrução e não é justificado; outra hipótese, quem quis promover um facto político para juntar à tragédia dos incêndios e fazer um ataque cerrado a este Governo".
"Porque nós sabemos que esta solução que está a vigorar em Portugal é uma solução que representa uma esperança para muitos países na Europa e está sob fogo cerrado e é preciso abatê-la de qualquer maneira. E depois assistimos à hipocrisia dos responsáveis por nos terem levado onde nos levaram, a gritarem 'aqui d’el rei é preciso demitir ministros'", justificou, referindo-se ao terceiro cenário apontado.
Vasco Lourenço afirma que "há muita coisa a investigar" mas não tem dúvidas em apontar responsabilidades, em qualquer dos cenários, aos militares.