"Sem Pontal por onde se pegue". É com um trocadilho com o nome da Festa do Pontal, evento que marca a rentrée do PSD, que o socialista Carlos César dá início às críticas à liderança do maior partido da oposição.
"Um discurso – mais um – caótico! Sem 'Pontal' por onde se pegue... Enfadonho, é certo, e sem nexo - errático, como tantas vezes se mostra o partido do orador", escreveu Carlos César na sua página na rede social Facebook.
As críticas do presidente do PS têm como alvo Passos Coelho, embora o nome do líder social-democrata não seja referido.
"Sempre a mesma conversa: a economia está boa por causa dele - como se os empresários investissem por causa do passado e não por confiarem no presente e no futuro", ironizou Carlos César, apontando ainda incongruências a Passos Coelho.
"Acusa o PS de comprometer a economia por não fazer reformas, mas não tem outro remédio do que dizer que tudo está a melhorar. Milagres! E ainda não viu o que o INE conclui esta 2ª feira sobre as previsões de crescimento da economia", lê-se.
"Afinal", acrescenta ainda Carlos César, "quer a tal reforma da segurança social para a privatizar e não aumentar pensões. Afinal diz que quer que os portugueses paguem mais na saúde e na educação. Afinal já não quer políticas de baixos salários, mas esteve e está contra o aumento do salário mínimo nacional. Disse que o emprego ia diminuir e agora reconhece que está a aumentar e muito. Indigna-se por a reforma da descentralização não ter avançado, mas não se lembra que teve mais de quatro anos para fazê-la, quando esteve no governo", escreve ainda Carlos César.
O presidente do PS, porém, não se fica por aqui e critica ainda que "no mesmo dia dos motins racistas na Virgínia", nos EUA, tenha sido comentada a lei da nacionalidade, com o que Carlos César considera ser uma "opinião estapafúrdia".
"Fala do PS do passado e do presente. Pois bem: esquece que enquanto Mário Soares se orgulhava do caminho que começámos a fazer com o actual governo, Sá Carneiro, se fosse vivo, corava de vergonha com o PSD que hoje temos", lê-se ainda.