Assunção Cristas acusou o atual ministro da Agricultura de ter anulado um concurso no valor de 300 milhões de euros para apoio à floresta, aberto pela própria, para o substituir por um concurso de apenas 36 milhões de euros, reduzindo dessa forma forma os apoios à prevenção.
Perante as acusações da líder do CDS, feitas ao semanário Expresso, o gabinete da tutela em causa sentiu necessidade de esclarecer que esse concurso (que não era de 300 milhões mas sim de 210 milhões) foi "declarado ilegal pela Inspeção Geral de Agricultura por não respeitar a dotação orçamental da medida do PDR2020 ao abrigo da qual foi aberto, cuja dotação inicial era de apenas 36 milhões de euros, valor definido pela própria".
Num comunicado feito chegar ao Notícias ao Minuto, o gabinete do ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural acusa Assunção Cristas de, "numa tentativa desesperada de iludir a opinião pública e de rejeitar responsabilidades nas consequências da sua própria ação política relativamente à floresta", a anterior ministra da Agricultura "omite o facto de ter levado a cabo uma reprogramação do PRODER em março de 2012 e outra em setembro de 2015, das quais resultou uma redução global de cerca de 175 milhões de euros de apoios públicos à floresta". Ou seja, prossegue, "ao mesmo tempo que abria um concurso de 210 milhões de euros para uma dotação inexistente no programa de apoio seguinte, Assunção Cristas cortava 175 milhões de euros no programa que estava a gerir".
"Assunção Cristas continua igualmente sem explicar por que razão, considerando a prevenção um eixo estruturante e atribuindo-lhe agora uma prioridade extraordinária, programou apenas 36 milhões de euros de apoios à defesa da floresta num pacote de 406 milhões de euros que estão alocados à componente florestal do PDR2020. Ou seja, para Assunção Cristas, a prevenção e defesa da floresta merecem apenas 8,9 % do investimento a fazer, por muitos concursos ilegais de 210 milhões de euros (real valor do concurso) que tenha aberto", lê-se no comunicado. A tutela termina acusando a líder do CDS, candidata à Câmara de Lisboa, de "desespero eleitoral" e de "aproveitamento político do flagelo dos incêndios".