"Entreguei uma declaração ao Tribunal Constitucional informando de uma aquisição que estava a fazer, um contrato promessa. Aliás, tive a atenção de ceder a declaração e de ir muito mais além do que é pedido, do que a lei obriga, que é explicar a forma como essa aquisição seria financiada, no meu entender isso é suficiente do ponto de vista das obrigações legais", indicou aos jornalistas o autarca Fernando Medina, à margem da apresentação da Comissão de Honra da sua candidatura à Câmara de Lisboa, presidida pelo fadista Carlos do Carmo.
O Observador noticiou hoje que Fernando Medina não declarou ao Tribunal Constitucional ser proprietário de um duplex no centro de Lisboa que adquiriu a 27 de setembro de 2016 por 645 mil euros, tendo apenas informado do pagamento de um sinal de compra de 220 mil euros.
Para o autarca, esta é "uma questão que é rapidamente ultrapassável", uma vez que faltam poucos dias para entregar uma nova declaração ao Tribunal Constitucional referente ao fim do mandato na Câmara de Lisboa.
"Todas essas questões ficarão sanadas e ficarão explícitas para aqueles que têm dúvidas", reforçou o candidato socialista à presidência da Câmara de Lisboa.
Ainda assim, Fernando Medina reiterou que foi "escrupuloso no cumprimento das obrigações" legais, advogando que tem uma vida "totalmente transparente", uma vez que "está tudo nas declarações entregues" ao Tribunal Constitucional.
"Está declarada a aquisição da casa, a forma como ela é financiada, a forma aliás de entrada do valor da casa. Está lá muito mais do que a lei obriga", reforçou o autarca, assumindo "um compromisso de transparência".
De acordo com o candidato socialista, até ao momento não lhe foi solicitada qualquer retificação à declaração de rendimentos entregue em agosto ao Tribunal Constitucional.
"Não tenho nada a esconder sobre isso. A aquisição que fiz, fiz o meu melhor. Mal tive o compromisso relativamente aquilo que ia ser a aquisição do imóvel procedi a essa inscrição", referiu Fernando Medina, frisando que fez "o melhor do cumprimento da lei".
Nesta candidatura denominada 'Lisboa precisa de todos', o PS conta com o apoio do partido Livre e com os movimentos independentes Cidadãos por Lisboa e Lisboa é Muita Gente.
Como adversários nestas eleições autárquicas, marcadas para 01 de outubro, Fernando Medina (PS) terá Assunção Cristas (CDS-PP), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (independente apoiado pelo PDR e JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).
Questionada sobre o assunto à margem de um almoço debate que decorreu hoje na zona do Saldanha, a candidata do PSD à Câmara de Lisboa mostrou-se convicta de que "Fernando Medina tem uma visão da sociedade também na defesa da transparência e do escrutínio".
Por isso, continuou, "com certeza que o doutor Fernando Medina, o presidente da Câmara de Lisboa, estará em condições para dar todas as explicações que lhe foram pedidas".
Quanto a mais comentários sobre o assunto, Teresa Leal Coelho foi taxativa: "Eu não alimento esse tipo de polémicas relativamente a adversários e muito menos a três semanas das eleições".