Cavaco Silva pediu um acordo alargado que garanta a estabilidade governativa, mas será a solução que propôs exequível? Para que o “compromisso de salvação nacional” se venha a cumprir, PSD, CDS e PS terão de chegar a um entendimento.
O Presidente da República tem vindo a pressionar os partidos para que acelerem as negociações, até porque, o seu próprio tempo está a esgotar-se, sobretudo quando o cenário de eleições legislativas antecipadas está outra vez em cima da mesa, e ganha mais força do que o de um Governo de iniciativa presidencial, indica o Jornal de Notícias.
“Nem três dias. Nem três semanas”. Este é o posicionamento de Belém, segundo fonte citada pelo Jornal de Notícias, que ilustra bem a imposição de um “prazo muito curto” para que o diálogo entre o arco da governação decorra, por forma a que se encontre uma solução política para o País o mais depressa possível. Aliás, quarta-feira da próxima semana terá sido o limite colocado pelo chefe de Estado.
A mesma fonte da Presidência garante que Cavaco “nunca fica sem plano B”, sendo que, neste momento, a alternativa ao acordo entre os partidos que assinaram o memorando de entendimento passará mesmo pela convocação de um escrutínio eleitoral para Setembro próximo.
As conversações entre PSD, CDS e PS poderão estar a sofrer também um revés em função da insistência dos socialistas na inclusão de toda a Esquerda neste processo. Algo que, de acordo com a Rádio Renascença, terá deixado o chefe de Estado irritado.
Refira-se, contudo, que tanto o PCP como o Bloco de Esquerda recusaram integrar as negociações, o que pode ter desbloqueado o impasse.
Porém, certo é, que tudo permanece em aberto, numa altura em que o calendário do Presidente é cada vez mais apertado, tendo em conta que a convocação do sufrágio tem de ser feito 55 dias antes do acto eleitoral.