Nuno Cardoso, cuja candidatura já recolheu “mais de 5 mil assinaturas”, as necessárias para formalizar o processo, disse reiterar “a recusa da reforma administrativa de Miguel Relvas, não concorrendo nas freguesias”.
“De outra forma, estaríamos a ser cúmplices com uma decisão centralista, mais própria de uma ditadura do que de uma democracia em que se pretende promover a participação da população”, afirmou Nuno Cardoso à agência Lusa.
A “inteligência e inovação, a sustentabilidade e a inclusão social” vão ser os destaques das propostas do candidato, que foi presidente da Câmara do Porto entre 1999 e 2002, quando Fernando Gomes abandonou o cargo para ser ministro da Administração Interna no último Governo de António Guterres.
A candidatura denominada “Nuno Cardoso – Porto de Futuro” inicia a campanha de rua este fim de semana, já tem prontos para afixar os primeiros cartazes e pretende divulgar as listas para a Câmara e a Assembleia Municipal “nos próximos dias”.
O mesmo deverá acontecer com a formalização da candidatura no Tribunal da Comarca.
As “mais de 5 mil assinaturas recolhidas” serão certamente entregues “antes de 5 de agosto”, o fim do prazo previsto na Lei Eleitoral dos Órgãos das Autarquias Locais, num processo “liderado pelo respetivo mandatário, o jurista portuense Carlos Amador e Pinho”.
Admitindo que as listas à autarquia e à Assembleia Municipal do Porto “ainda não estão totalmente fechadas”, Nuno Cardoso aponta já para uma “forte participação de mulheres e de cidadãos com experiências cívicas e trajetórias de vida muito diversas”.
“Tal confere à candidatura uma representatividade alargada e uma abrangência muito para lá dos partidos, o que nos diferencia e nos posiciona como a alternativa da cidadania portuense”, sublinha o candidato.
Cardoso promete que a campanha que inicia hoje vai ser feita “com pouco dinheiro, mas com muita criatividade e envolvimento afetivo com os portuenses”.
“Eles conhecem-me pelo que fiz na Câmara e tenho feito na minha vida profissional e vão compreender que, mais do que propaganda, o Porto precisa urgentemente de uma estratégia de valorização da cidade e das pessoas que cá vivem”, observa.
Para Nuno Cardoso, o Porto necessita, ainda, de voltar a afirmar-se “como fator de reabilitação de Portugal aos olhos do mundo”, uma “característica distintiva” já reconhecida em 1837, numa carta régia de D. Maria II.
O ex-presidente da Câmara do Porto revelou a 06 de junho que pretendia avançar como independente à autarquia portuense para “responder a um apelo muito forte” das pessoas que encontrava na rua.
“Não foi fácil, mas sinto uma enorme felicidade e uma grande tranquilidade para encarar este projeto. É um projeto que quer ir às raízes do Porto, às suas géneses, à sua matriz e quer efetivamente ser um projeto dos portuenses. Quer a legitimidade dos portuenses para fazer com eles um projeto de futuro”, afirmou na altura Nuno Cardoso.
Além de Nuno Cardoso, estão na corrida às eleições autárquicas Luís Filipe Menezes (PSD), Manuel Pizarro (PS), Pedro Carvalho (CDU), José Soeiro (BE), Rui Moreira (independente) e José Manuel Costa Pereira (Partido Trabalhista Português).