"Não se trata de uma questão de disputa política e abstrata com o PS ou com o Governo, mas de perceber em concreto as respostas necessárias para concretizar as soluções para os problemas identificados e a insistência para que essas opções sejam feitas", afirmou João Oliveira, antecipando as jornadas parlamentares do PCP, que decorrem entre hoje e terça-feira, no distrito de Portalegre.
Segundo o deputado, o investimento público nos serviços do Estado e nos setores produtivos da economia é algo como que obrigatório para aproveitar as condições que existem de desenvolvimento económico e social de Portugal.
"A contradição insanável não está nas nossas opções. Está na opção de quem, como o Governo, procura agradar à União Europeia, cumprindo metas do défice e critérios impostos ao país, e, ao mesmo tempo, criar a ideia de que assim é possível dar resposta aos problemas. É uma contradição porque espartilha o país. Só pode ser superada se se fizer a opção por uma coisa ou por outra", sublinhou.
Para o PCP, "a preocupação principal" é "identificar problemas e perceber que há respostas que estão a ser adiadas ou só a ser dadas pela metade, sobretudo quando essa falta de resposta tem como única justificação cumprir as imposições de Bruxelas, nomeadamente as metas do défice".
"A resposta tem de ser a solução dos problemas e garantir condições para que o país se possa desenvolver e não ficar amarrado a critérios completamente alheios ao interesse nacional e decisões soberanas que o povo e o país têm de tomar", insistiu.
João Oliveira lembrou ainda o "conjunto significativo de projetos de lei" do partido na Assembleia da República para reversões na legislação laboral, aprovada por vários governos, mas, sobretudo, o da coligação PSD/CDS-PP, registando a recente "convergência entre PS, PSD e CDS" no chumbo da reposição dos valores pelas horas extraordinárias e o direito ao descanso compensatório dos trabalhadores.
Até terça-feira, os parlamentares do PCP têm encontros e contactos previstos com entidades e representantes regionais do Alto Alentejo de áreas como ambiente e recursos hídricos, sindicatos e autarquias, produtores agrícolas, empresas de aeronáutica e segurança, de tratamento de resíduos e da indústria agroalimentar, bem como dos setores da saúde, bombeiros, turismo ou ensino superior.