As expetativas eram muitas para a audiência de ontem de Mark Zuckerberg no Parlamento Europeu. Antevia-se que a posição mais forte da União Europeia relativamente a questões de privacidade e de proteção de dados viesse a ser uma ‘pedra no sapato’ do CEO do Facebook mas, infelizmente para os legisladores europeus, o formato da audiência não ‘jogou’ a seu favor.
Isto porque o dito formato acabou por permitir que Zuckerberg evitasse as grandes questões colocada na audiência. Como conta o TechCrunch, as questões foram todas colocadas num momento inicial, com o período seguinte a servir para o líder da tecnológica responder aos temas de acordo com a sua conveniência.
Ficaram assim por responder questões sobre os motivos que levaram o Facebook a não revelar antecipadamente o caso da Cambridge Analytica ou o que leva a tecnológica a não separar o Facebook, o Instagram e o WhatsApp. Ao constatarem que as suas questões não seriam respondidas na audiência (Zuckerberg comprometeu-se a dar respostas por escrito nas próximas semanas), os oficiais europeus não esconderam o seu desagrado.
“Permitirá que os utilizadores evitem publicidade direcionada? Fiz seis perguntas de ‘sim ou não’ e nenhuma mereceu uma resposta e, claro, pediu este formato por um motivo”, apontou um dos membros do Parlamento Europeu. Em reação, um porta-voz do Facebook referiu que o formato da audiência foi escolhido pelo Parlamento Europeu com base em diretrizes concedidas por Zuckerberg de acordo com o seu tempo disponível.
Tendo em conta o ‘tom’ com que a audiência terminou é de esperar que o Facebook continue a ter problemas na Europa relativamente à forma como gere os dados dos seus utilizadores. Sobretudo com a nova Lei de Proteção de Dados que entra em vigor já este semana, dia 25.
Abaixo pode ver na íntegra esta audiência de Zuckerberg no Parlamento Europeu.
