Tal como uma uva 'enruga' quando se torna numa passa, a Lua fica 'enrugada' quando 'encolhe' à medida que o seu interior arrefece.
A NASA estima que a Lua terá encolhido mais de 50 metros nas últimas centenas de milhões de anos.
Ao contrário, no entanto, da pele da uva, que é flexível, a crosta da superfície da Lua é quebradiça, 'parte-se' quando contrai, formando 'falhas' quando uma secção da crosta é empurrada para uma área limítrofe.
Segundo o coordenador do estudo, Thomas Watters, do Centro de Estudos da Terra e Planetas do Museu Nacional do Ar e do Espaço de Washington, nos Estados Unidos, estas falhas "continuam ativas" e "parecem produzir 'sismos' lunares à medida que a Lua continua gradualmente a arrefecer e a encolher".
"Alguns destes abalos podem ser razoavelmente fortes", admitiu o investigador, citado em comunicado pela NASA.
O estudo, publicado hoje na revista científica Nature Geoscience, analisou dados de quatro sismómetros colocados na Lua por astronautas das missões Apollo, usando um algoritmo desenvolvido para identificar, por estimativa, as localizações dos abalos lunares.
Os cientistas socorreram-se ainda de imagens da sonda norte-americana Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), lançada em 2009.