Foi há quatro anos que a Web Summit chegou a Portugal, um evento reconhecido internacionalmente que entrou no país com promessas de progresso e inovação. O Notícias ao Minuto esteve no primeiro dia da cimeira e conta-lhe como foi, desde os constrangimentos na zona dos media até ao atraso da abertura oficial por culpa da polícia.
As principais vias de acesso ao Altice Arena, Feira Internacional de Lisboa (FIL) ou Alameda dos Oceanos estão encerradas ao trânsito por estes dias, por isso, a melhor forma é ir a pé para a cimeira - sendo que até às redondezas pode apanhar o metro - que até tem passes exclusivos -, autocarros ou outro transporte alternativo. A nossa recomendação é que deixe o automóvel particular em casa, porque, além de pago, o estacionamento nas redondezas é escasso.
Comecemos pelo início: os acessos à Web Summit, em si, são fáceis e os problemas do passado foram ultrapassados - pelo menos na área dos media. "Nem precisam de parar", disse-nos um dos seguranças, olhando ao longe para a nossa identificação.
Junto à Feira Internacional de Lisboa há uma zona de restauração, na qual os participantes podem aproveitar para fazer uma pausa entre as conferências. Foi também por lá que o Notícias ao Minuto conversou com Carla Batista, da organização da cimeira, que nos falou sobre a edição deste ano e as novidades que estão para chegar. Pode ler o artigo aqui.
Por volta das 16h30 a fila dos media para o palco principal já era intensa. Nestas coisas os jornalistas têm sempre pressa, querem o melhor lugar, para captar a melhor imagem ou para conseguirem ver do melhor ângulo.
Já dentro do Altice Arena foi-nos dito que teríamos de ficar de pé. É difícil para um jornalista trabalhar de pé, sobretudo quando a Internet via wi-fi não funciona nos computadores e não há forma de carregar os aparelhos - parece contraditório tratando-se de um evento sobre tecnologia, mas aconteceu, podemos garantir. "Vou sentar-me no chão a escrever?", questionava uma das jornalistas. "São as ordens que nós temos", justificava uma jovem do 'staff'.
© Notícias ao Minuto
Pouco tempo depois começaram as apresentações das startups, um evento que teve de ser prolongado por causa da polícia. Sim, é verdade, foram os procedimentos da Polícia de Segurança Pública (PSP) que atrasaram o processo. Apesar de tudo, as autoridades portuguesas garantiram que se tratou de um procedimento normal: "É como se faz em qualquer evento, como um jogo de futebol. É uma questão de segurança", disse fonte da PSP à agência Lusa.
O início da Web Summit estava agendado para as 18h15, mas enquanto toda a gente aguardava pelo fundador da cimeira, Paddy Cosgrave, os jornalistas recebiam uma notificação no telemóvel a explicar que por questões de segurança o evento estava 15 minutos atrasado - foram mais, pelas nossas contas, mas avancemos.
Claro que quando Cosgrave subiu ao palco começou por pedir desculpas pelo atraso, rematou com a frase "durante a próxima semana vamos ser todos portugueses" e 'chutou' para Edward Snowden, que participou na cimeira através de videoconferência.
Snowden, que está asilado na Rússia, para onde fugiu depois de ter revelado informação confidencial e ser procurado pela justiça norte-americana, falou sobre a privacidade - ou a falta dela - na Internet e deixou alguns alertas. Sobre isso pode ler aqui.
Já se fazia noite na capital portuguesa quando subiu ao palco outro dos nomes mais aguardados deste primeiro dia: o chairman rotativo da Huawei, Guo Ping, que instou os programadores e startups a juntarem-se à tecnológica chinesa para criar "esta nova Era inteligente" resultante da introdução do 5G.
Entretanto, já em cima da hora de jantar, - e da hora de abertura dos telejornais - apareciam em palco o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e Paddy Cosgrave. Esperaram que Snowden saísse do 'ar' para evitar conflitos diplomáticos, pelo menos era isso que se ia comentando.
Tanto Siza Vieira como Medina debruçaram-se sobre as características da capital portuguesa para 'abraçar' um evento como este, discursos que pode ler aqui mais detalhadamente.
Cosgrave terminava esta ronda com um "obrigada e bem-vindos a Lisboa" e os três carregavam num botão vermelho ao centro. Começava uma contagem decrescente que ditava o início oficial da Web Summit. Estava feita a festa e estava inaugurada a quarta edição do certame.
É que apesar de a cimeira não ser novidade em Portugal, continua o entusiasmo em torno do evento - e as filas no recinto evidenciam isso mesmo, como pode ver na galeria acima. Até quinta-feira, dia 7, Lisboa é palco de um dos maiores eventos de tecnologia do mundo. Fique por aí e acompanhe.