Huawei considera "injusto" estar na 'lista negra' dos EUA

A tecnológica chinesa Huawei, que foi colocada numa 'lista negra' pela administração norte-americana, assegurou estar "preparada" para limitações de negócios com os Estados Unidos, onde tem um volume de vendas pouco significativo, mas lamentou este "tratamento injusto".

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Lusa
06/11/2019 08:12 ‧ 06/11/2019 por Lusa

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Huawei

"De uma certa forma, nós estamos preparados", afirmou o representante chefe da Huawei para as instituições europeias, Abraham Liu, em entrevista à agência Lusa, à margem do Dia Europeu de Inovação da Huawei, que se realizou em Paris.

Numa altura em que Washington e a Huawei estão numa guerra global por causa da cibersegurança e das infraestruturas a nível mundial, que já levou à criação de limites por parte da administração norte-americana nas compras feitas por empresas dos Estados Unidos à companhia chinesa (a chamada 'lista negra'), Abraham Liu garantiu à Lusa que a fabricante se tem vindo a "preparar para o pior cenário", ou seja, para a entrada em vigor destas limitações.

O responsável disse também que tais restrições, feitas num contexto de guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, não deverão ter impacto significativo por a Huawei ter "poucas vendas nos Estados Unidos".

Ainda assim, Abraham Liu criticou a postura da administração norte-americana: "Os Estados Unidos consideram-se a maior potência do mundo e o país mais democrático e equilibrado, mas eu questiono no caso da Huawei, em que não houve qualquer conclusão por parte da justiça, onde está essa verificação e equidade?".

"Este tipo de medidas contra a Huawei não são, de todo, justas", lamentou.

Segundo Abraham Liu, "o mundo dos negócios tem a sua forma de funcionar e quanto menos os ventos políticos influenciarem esse círculo, melhor, todos beneficiam".

O representante da Huawei para a União Europeia (UE), que tem vindo a ser crítico da pressão feita pelos Estados Unidos no espaço comunitário, assinalou também que a administração norte-americana, liderada pelo Presidente Donald Trump, "parece estar baseada na incerteza em relação ao resto mundo".

Os Estados Unidos têm vindo a acusar a chinesa Huawei de ser uma ameaça à segurança nacional, alegando que utiliza equipamentos para espionagem, o que a tecnológica rejeita.

Em maio deste ano, os Estados Unidos decidiram banir a Huawei do mercado norte-americano, colocando-a numa 'lista negra' que limita os seus negócios no país.

A administração norte-americana criou, também nessa altura, isenções temporárias para determinadas empresas norte-americanas que negoceiam com o grupo chinês, permitindo-lhes vender alguns produtos ou mudar de fornecedores durante esse período.

Estas isenções foram prorrogadas em agosto, aguardando-se agora uma decisão norte-americana sobre a entrada em vigor das limitações relacionadas com a 'lista negra'.

"As suspeitas estão aí há meses, mas onde estão as provas? É injusto. Vá lá, nós somos uma companhia privada e estamos a ser atingidos pelo poder máximo. As suspeitas existem, mas a história tem provado que não cometemos nenhum erro", adiantou Abraham Liu à Lusa.

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