Huawei saúda medidas "não tendenciosas" de Bruxelas

A fabricante chinesa Huawei congratulou-se hoje com as recomendações feitas pela Comissão Europeia relativamente às redes móveis de quinta geração (5G) na União Europeia (UE), mas não comentou as restrições propostas por Bruxelas.

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Lusa
29/01/2020 12:57 ‧ 29/01/2020 por Lusa

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5G

A Comissão Europeia aconselhou hoje os Estados-membros da UE a aplicarem "restrições relevantes" aos fornecedores considerados de "alto risco" nas redes 5G, incluindo a exclusão dos seus mercados para evitar riscos "críticos".

Em causa está a "caixa de ferramentas" hoje divulgada pela Comissão Europeia com recomendações de "ações-chave" para os Estados-membros implementarem para mitigar possíveis ciberataques, ações de espionagem ou outro tipo de problemas relacionados com o desenvolvimento desta nova tecnologia.

Reagindo a estas medidas, a Huawei "congratula-se com a decisão da Europa, que permite que a Huawei continue a participar no desenvolvimento do 5G na Europa" e fala numa "abordagem não tendenciosa e baseada em factos", numa declaração escrita enviada à agência Lusa.

"A Huawei está presente na Europa há quase 20 anos e tem um histórico comprovado de segurança. Continuaremos a trabalhar com os governos e com as indústrias europeias para desenvolver padrões comuns visando fortalecer a segurança e a confiabilidade nas redes", adianta a tecnológica.

Na "caixa de ferramentas" hoje lançada, Bruxelas considera que os países da UE devem "avaliar o perfil de risco dos fornecedores" e, em caso de alerta, "aplicar restrições relevantes a fornecedores considerados de alto risco, incluindo exclusões necessárias para mitigar efetivamente os riscos".

Outro dos conselhos de Bruxelas é que os Estados-membros reforcem "os requisitos de segurança para as operadoras de telecomunicações" que comercializem 5G, devendo estas companhias, por exemplo, ter regras apertadas de segurança e limites para impor a terceiros que lhes prestem determinados serviços.

A Comissão Europeia considera, ainda, que os países da UE devem "garantir que cada operador utiliza vários fornecedores de forma apropriada para evitar ou limitar qualquer dependência de um único fornecedor".

Esta "caixa de ferramentas" foi desenvolvida pela Agência da UE para a Cibersegurança em conjunto com os Estados-membros e o executivo comunitário.

A Comissão insta agora os Estados-membros a adotarem medidas com base nestas recomendações até 30 de abril, devendo depois preparar um relatório sobre essa implementação até 30 de junho deste ano.

O executivo comunitário garante que estas ações "não têm como alvo nenhum fornecedor ou país em particular", mas certo é que a fabricante chinesa Huawei está no centro da polémica por alegada espionagem em equipamentos 5G, no seguimento de suspeitas lançadas pelos Estados Unidos sobre a instalação de 'back doors' (portas traseiras de acesso), o que a tecnológica tem vindo a rejeitar, reiterando a falta de provas.

A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 65 licenças que a empresa detém para o 5G, mais de metade são para operadoras europeias.

As redes 5G são mais potentes e abrangentes do que quaisquer outras.

As medidas hoje conhecidas surgem um dia depois de o governo britânico ter decidido que a Huawei vai poder fornecer equipamento para a infraestrutura de telecomunicações 5G no Reino Unido, sendo contudo excluída do envolvimento em partes cruciais da rede.

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