Em comunicado, o IA, que participou ativamente em todo o processo relacionado com CHEOPS, adianta que a tampa de proteção do telescópio espacial abriu no dia 29 de janeiro e que, desde então, todos os sistemas têm sido preparados para a aquisição desta primeira imagem.
A imagem, que capturou um campo de estrelas centrado na estrela HD 70843 [estrela branco-amarelada a 150 anos-luz de distância], por esta ter brilho e uma localização ideal para os testes, é "intencionalmente desfocada", o que, segundo o instituto, permitirá "maximizar a precisão das medições".
"O CHEOPS produz imagens propositadamente desfocadas das estrelas, de modo a poder distribuir a luz de cada estrela por vários pixels do detetor. Isto aumenta a precisão das medições, pois cada medição fica menos sensível a variações da resposta de cada pixel individual ou da maneira como o telescópio é apontado", explica o IA.
Citado no comunicado, o investigador Sérgio Sousa salienta que esta imagem "traz perspetivas bem melhores do que as que eram esperadas antes do lançamento".
"Pode não ser de tirar o fôlego e com potencial para inspirar a imaginação do público, mas para quem está dentro do projeto, traz perspetivas bem melhores do que as que eram esperadas antes do lançamento, para alcançar os objetivos científicos da missão", refere.
Também Antonio Gutiérrez Peña, diretor do segmento de sistemas à superfície da Deimos (empresa envolvida na missão), afirma que tudo parece estar a "funcionar na perfeição".
"Estamos muito excitados e esperamos que a missão esteja totalmente operacional dentro de pouco tempo", sustentou.
A missão, que vai estudar planetas fora do sistema solar durante três anos e meio, conta com a participação de 11 países europeus, sendo que em Portugal a participação científica é liderada pelo IA.
Além do IA, a missão teve o contributo das empresas portuguesas Deimos, responsável pelos sistemas de processamento de dados, e FreziteHP, que produziu o isolamento térmico do satélite.
O Cheops (CHaracterising ExOPlanet Satellite, Satélite Caracterizador de Exoplanetas) permitirá aos cientistas medirem a massa e o raio destes planetas e o tempo que demoram a orbitar a sua estrela.
O engenho está decorado com duas placas metálicas onde estão gravados vários desenhos feitos por crianças, incluindo de 88 portuguesas.