O Twitter explicou que, no total, os piratas informáticos visaram 130 contas e conseguiram invadir 45 delas, através do "uso de ferramentas acessíveis apenas às equipas de suporte", segundo noticia a agência AFP.
Apesar do número relativamente baixo de afetados, face ao total de utilizadores naquela rede social, que tem cerca de 330 milhões de utilizadores por mês e 166 milhões por dia, entre as contas invadidas estavam líderes políticos como o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, e o ex-Presidente norte-americano Barack Obama.
E ainda grandes empresários como o fundador da Amazon, Jeff Bezos, o proprietário da Tesla, Elon Musk ou o fundador da Microsoft, Bill Gates.
A rede social Twitter reconheceu que o ataque provocou danos à sua reputação e mostrou-se ciente do golpe na confiança dos utilizadores.
"Estamos envergonhados, dececionados e, sobretudo, lamentamos a situação. Sabemos que precisamos de recuperar a vossa confiança e vamos fazer todos os esforços para que os responsáveis sejam levados à justiça", escreveu a rede social no seu blogue.
O objetivo dos piratas informáticos nesta ação foi ganhar dinheiro rapidamente, de acordo com o 'modus operandi' demonstrado.
As mensagens, rapidamente apagadas pelas contas visadas, convidavam os internautas a enviarem bitcoins para endereços específicos, prometendo enviar de volta o dobro dos valores transferidos.
Segundo vários 'sites' especializados que registam transações com bitcoins, mas que não permitem que os destinatários sejam identificados, foram transacionados cerca de 100 mil dólares.
O Twitter explicou hoje que, graças às ferramentas que tiveram acesso, os 'hackers' conseguiram superar a barreira da autenticação de dois fatores que normalmente permite que uma conta seja protegida para além de uma senha simples.
Este ataque informático, que está a ser investigado pelo FBI, abriu um debate sobre a segurança das plataformas das redes sociais, meses antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, previstas para novembro.
O debate tem ainda em consideração as possíveis consequências de um ataque à conta do Presidente Donald Trump, que utiliza regularmente aquela rede social para conduzir a sua governação e onde possui 83,5 milhões de seguidores.
A rede social ainda não adiantou qualquer detalhe sobre os funcionários envolvidos no ataque informático, ou a identidade dos 'hackers'.