O Facebook estará a estudar vários cenários no âmbito da preparação para prevenir interferências nos resultados da campanha eleitoral norte-americana. A rede social sempre manteve alguma resistência no que diz respeito à limitação de discurso político - levantado preocupações com a liberdade de expressão -, mas agora vê-se confrontada com a possibilidade de ser o próprio presidente a tentar adulterar o processo eleitoral.
De acordo com o New York Times, não são conhecidos que cenários tem a rede social em cima da mesa, mas o facto de os estar a estudar significa que tem intenção de agir caso Donald Trump tente interferir com os resultados eleitorais.
"Os funcionários do Facebook estão a delinear planos de contingência e a estudar cenários pós-eleitorais, que incluem tentativas por parte do senhor Trump ou da sua campanha para tirar a legitimidade aos resultados", indica a publicação.
A empresa liderada por Mark Zuckerberg está a estudar possíveis mecanismos de reação caso o presidente norte-americano use a plataforma para "afirmar erroneamente que venceu outro mandato de quatro anos" ou se "tentar invalidar os resultados declarando que os serviços postais perdeu os boletins de voto ou que outros grupos interferiram com as votações".
Sublinhe-se que nos últimos meses Donald Trump tem feito, de forma repetitiva, falsas acusações sobre a validade dos votos enviados por correio e levantado suspeitas de fraude eleitoral. Os especialistas indicam que estes comentários podem espoletar "um cenário de pesadelo" no dia das eleições, uma vez que os resultados só serão oficiais ao fim de alguns dias. Trump já disse que os resultados poderão "demorar semanas, meses, até anos".