"A Google é a porta de entrada para a internet e um gigante da publicidade em buscas", disse o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Jeffrey Rosen, numa conferência de imprensa, citado pela agência AP.
Segundo Jeffrey Rosen, a Google "manteve seu poder de monopólio através de práticas excludentes que são prejudiciais à concorrência".
Os casos 'antitrust' (relacionados com práticas de monopólio) na indústria de tecnologia precisam de avançar rapidamente, defendeu o procurador-geral adjunto, acrescentando que se isso não acontecer, há risco de se perder "a próxima onda de inovação".
Esta ação 'antitrust' contra a Google é a mais significativa em pelo menos duas décadas.
O procurador-geral adjunto do Departamento de Justiça explicou que o processo indica que a Google apoia o seu papel de "principal guardião do acesso" à internet através de "uma rede ilegal de acordos exclusivos que prejudica concorrentes", avança a agência EFE.
Entre eles, o responsável citou o pagamento de milhões de dólares à Apple para colocar o motor de busca da Google como o básico nos iPhones e a proibição de integrar motores de concorrentes através de contratos especiais.
A Google respondeu na rede social Twitter, afirmando que "o processo judicial do Departamento de Justiça é profundamente fraco".
"As pessoas usam o Google porque querem - não porque são forçadas ou porque não conseguem encontrar alternativas", afirmou a empresa.
O gigante da tecnologia com sede em Mountain View, Califórnia, uma subsidiária da Alphabet, controla cerca de 80% das pesquisas na internet nos Estados Unidos.
Nos últimos anos, os gigantes da tecnologia têm enfrentado críticas de diferentes governos e blocos, como a União Europeia (UE), devido ao grande poder que acumulam, aos benefícios exorbitantes que obtêm e aos baixos impostos que pagam.
Outros grandes conglomerados digitais como Facebook, Apple ou Amazon estão sob investigação de reguladores e legisladores, preocupados com possíveis casos de abuso de poder.
Com a transformação da Google num dos gigantes da tecnologia, a empresa tem sido seguida de perto pelas autoridades dos Estados Unidos, e a Comissão Federal de Comércio do país, que também tem autoridade para investigar casos de monopólio, já realizou investigações em torno da Google, embora tenha encerrado em 2013 sem provas suficientes.