NASA procura salvar amostras de asteroide pela sonda Osiris

A sonda Osiris-Rex começa terça-feira uma operação para armazenar, numa cápsula hermética, fragmentos de asteróides que colheu na semana passada, mas que estavam a escapar para o espaço por uma válvula mal fechada, foi hoje anunciado.

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© Twitter/NASA

Lusa
26/10/2020 23:26 ‧ 26/10/2020 por Lusa

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NASA

 

A agência espacial dos EUA (NASA, na sigla em Inglês) confirmou hoje que o procedimento ia começar na terça-feira.

As amostras de solo do asteroide Bennu encontram-se no fim do braço, com mais de três metros, da sonda, dentro de um compartimento do qual estão a sair, que não se consegue fechar por causa de pedras relativamente grossas.

Foi este braço que esteve em contacto alguns segundos com Bennu na terça-feira passada, culminando uma missão lançada da Terra há quatro anos.

O objetivo é depositar o compartimento numa cápsula que está no centro da sonda.

A Osiris-Rex deve regressar à Terra no próximo ano e largar a cápsula para que esta aterre nos EUA, em 2023, com o que os cientistas esperam que seja a maior amostra extraterrestre alguma vez trazida para a Terra, desde as missões Apollo.

A prioridade é garantir a segurança da carga o mais depressa possível, pelo que a equipa decidiu avançar com o armazenamento nesta terça-feira, em vez de só a 02 de novembro.

"A abundância de material recolhido no Bennu justifica a nossa decisão de avançar com o armazenamento", declarou Dante Lauretta, da Universidade do Arizona e chefe do projeto.

O processo vai durar varios dias, segundo a NASA, porque não será totalmente automatizado como as operações precedentes.

Depois de cada etapa, a sonda reenvia para Terra informações e imagens para que os cientistas verifiquem o alinhamento do braço e que nenhuma partícula arrisca bloquear o armazenamento.

Ora, a sonda está a 18,5 minutos-luz de distância: qualquer sinal demora 18 minutos e meio a chegar a Terra e qualquer sinal da sala de controlo demora o mesmo tempo a alcançar a Osiris-Rex. O menor diálogo dura, portanto, 37 minutos.

Esta foi a primeira tentativa de recolher amostras de um esteroide levada a cabo pelos EUA, quatro anos depois de a sonda ter descolado da base de Cabo Canaveral e dois anos após alcançar o Bennu.

O asteroide Bennu é uma 'cápsula do tempo' que se acredita conter blocos da formação original do sistema solar há 4,5 mil milhões de anos.

Descoberto em 1999, Bennu é conhecido por ser rico em carbono, um composto básico da vida tal como se conhece.

A sonda chegou perto do Bennu em 03 de dezembro de 2018, depois de uma 'viagem' pelo espaço de mais de dois anos, na qual se foi aproximando lentamente do corpo rochoso.

Trata-se da primeira missão da NASA que visa estudar e recolher uma amostra de um asteroide, neste caso um dos mais próximos da Terra e o corpo celeste mais pequeno alguma vez orbitado de tão perto por uma sonda.

Durante um ano, a OSIRIS-REx estudou o asteróide, sem aterrar nele, com o propósito de selecionar um local seguro e cientificamente interessante para recolher, com o auxílio de um braço robótico, um fragmento de rocha que será enviado para análise na Terra, onde a sonda deverá regressar em 2023.

O plano previa que o braço robótico, que tem pouco mais de três metros de comprimento, tocasse a superfície do asteroide durante cerca de cinco segundos, período de tempo em que seria provocada uma explosão de gás nitrogénio (azoto) que causa oscilações na superfície, permitindo a recolha de fragmentos de rocha.

O pedaço de asteróide, de pelo menos 60 gramas, aterrará na Terra numa cápsula que irá separar-se da sonda e está 'equipada' com um escudo térmico e um paraquedas.

Segundo a NASA, a missão irá ajudar os cientistas a compreenderem melhor como os planetas do Sistema Solar se formaram e como a vida começou na Terra. Asteroides como o Bennu contêm recursos naturais como água, compostos orgânicos e metais.

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