PlayStation 5. Um passo firme para uma nova geração de consolas

A mais recente consola da Sony mostra-se cheia de potencial para uma nova geração de jogadores, com o comando DualSense a assumir-se como o grande elemento diferenciador face à concorrência.

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Miguel Patinha Dias
19/11/2020 09:16 ‧ 19/11/2020 por Miguel Patinha Dias

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Videojogos

A Sony inaugurou um novo capítulo da sua história e da indústria dos videojogos com a PlayStation 5, a sua consola de nova geração com o objetivo de dar novos mundos ao mundo e que se assume como um dos grandes gadgets de 2020.

Foi há 7 anos que foi lançada a PlayStation 4 e, ainda que pelo meio tenhamos tido uma versão Pro desta consola, fica claro que não é todos os dias que se lança uma nova consola. Como tal, a expetativa é de que hajam muitas novidades por descobrir, funcionalidades para tirar partido e jogos nunca antes vistos. Será que estas promessas - inerentes ao lançamento de uma nova consola - foram cumpridas com a PlayStation 5? Nem todas mas já lá vamos.

Começando pelo design, as grandes dimensões da PlayStation 5 é uma das primeiras coisas que reparará quando pousar os olhos na consola. Quer esteja posicionada na vertical ou na horizontal, a PlayStation 5 tem um daqueles ‘looks’ que a maioria vai adorar ou odiar. Independentemente de gostos estéticos, a verdade é que o design da PlayStation 5 não ligará com todas as decorações de salas, pelo que pode tornar-se num daqueles gadgets que é impossível passar despercebido.

Ainda assim não conseguimos deixar de apreciar esta decisão da Sony. Desde a PlayStation original que a Sony só tem lançado versões iniciais das suas consolas em negro, pelo que o facto de a PlayStation 5 estar disponível somente em branco é uma decisão admirável. A PlayStation 5 distingue-se facilmente de outras consolas, com linhas curvas e as saídas de ar posicionadas ao centro que, mesmo que não goste, cumprem o propósito importante de manter a temperatura consola a níveis razoáveis. Além, disso, apontamos também para o facto, de nos jogos que experimentamos, a PlayStation 5 mantém-se super silenciosa, boas notícias para quem tinha esta crítica à PlayStation 4.

É importante referir que, dentro de cada uma das caixas da PlayStation 5 está incluída uma base que pode ser usada tanto na horizontal como na vertical. Na horizontal o uso é praticamente obrigatório uma vez que, sem ela, a consola ficaria demasiado instável. Já na vertical, é visto como uma medida de segurança adicional e também uma forma de se certificar que a PlayStation 5 ‘respira’ devidamente.

Ainda sobre o design, ao olhar para a PlayStation 5 dá a sensação de que o design foi sobretudo pensado para a versão exclusivamente digital, com um design mais simétrico e elegante. Não que a versão com suporte físico seja feio (que não é) mas a ‘barriguinha’ dedicada à leitura de discos Blu-Rays pode ser vista, comparando com o global, como um pouco estranha. Mesmo assim, e porque o que interessa mesmo é dar mais escolha aos consumidores, acreditamos que ninguém terá problemas com este pormenor.

Notícias ao Minuto© Sony

Como é usar a consola?

O processo de ligar pela primeira vez a PlayStation 5 também é simples, tal como se exige para novos gadgets. Ao ligar a consola será dada a opção de ligar a conta da PlayStation Network simplesmente através da app, uma tarefa rápida que é sucedida de um processo que pode demorar um pouco mais.

Será dada aos jogadores a oportunidade de transferir os dados armazenados na PlayStation 4 para a PlayStation 5 e, dependendo dos dados que queira transportar, pode demorar algum tempo a mais do que pretenderia. No nosso caso decidimos transportar alguns dois ou três jogos da PlayStation 4 para a PlayStation 5 e não ficámos demasiado tempo à espera, possivelmente pouco mais de uma hora.

Assim que tudo estiver feito será brindado com o menu da PlayStation 5 que, até agora, consideramos estar melhor organizado do que o da antecessora. Ao contrário da PlayStation 4, o menu da PlayStation 5 está dividido em duas partes: uma dedicada a multimédia onde é possível encontrar as mais variadas apps de serviços de streaming - Netflix, Amazon Prime, Disney+, HBO, entre outras - e outra onde os jogos tomam lugar central.

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Sentimos que o menu da PlayStation 5 está um pouco mais focado e não exibe tantas informações de uma vez. Antes de entrar num jogo, o ecrã exibe uma grande imagem e música referentes ao título em questão. Ao andar um pouco mais para a direita no menu é possível encontrar todos os jogos disponíveis na sua conta, sendo que pode filtrar por títulos da PlayStation 4 ou da PlayStation 5.

Um elemento que ainda pode ser melhorado pela Sony é uma distinção mais clara da versão que estamos prestes a instalar de um jogo disponível na PS4 e PS5. A versão que está prestes a ser instalada está devidamente etiquetada e é possível trocar entres as duas conforme a vontade do jogador mas, de forma a evitar alguma confusão, talvez fosse boa ideia disponibilizar apenas a melhor versão de um jogo. 

Antes de irmos para os jogos propriamente ditos, queremos apenas realçar a rapidez com que os jogos são instalados. Longe vai o tempo em que, se quiséssemos jogar a alguma coisa, tínhamos de planear antecipadamente para não esperar que a instalação fosse completada. Felizmente, o disco SSD de 1TB da PlayStation 5 permite-nos garantir que os jogos são instalados.

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O comando DualSense

Uma vez instalados os jogos, poderá também reparar na rapidez nos tempos de carregamento. Lembra-se dos momentos mortos que tinha em outras consolas entre tempos de carregamento que permitam ir ao smartphone, ler mensagens e, quem sabe, até enviar algumas respostas? Pois bem, isso não acontecerá com a PlayStation 5 o que poderá ser, em si mesmo, um problema porque ficará mais absorvido no que está a jogar.

Como parte do alinhamento inicial da PlayStation 5 tivemos a oportunidade de jogar a ‘Demon’s Souls’, um RPG e 'remake' do título original lançado para a PlayStation 3; Sackboy: A Big Adventure’, um jogo de plataformas protagonizado por Sackboy de ‘Little Big Planet’; ‘Call of Duty Black Ops: Cold War’, a mais recente iteração da icónica série de ação; e ainda ‘Spider-Man: Miles Morales’, uma expansão do jogo baseado no super-herói da Marvel que conta com Miles Morales no papel de protagonista.

Todos estes jogos valem por si próprios mas, antes de tudo julgamos ser importante falar de Astro’s Playroom’, o jogo que a Sony pré-instalou em todas as consolas. Pode pensar que este é um daqueles títulos com pouco para fazer e que será aborrecido manter-se muito tempo com ele. Na verdade, aconselhamos que este seja o primeiro jogo a experimentar na sua nova PlayStation 5.

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Astro’s Playroom’ assume-se como a perfeita demonstração tecnológica das capacidades do comando DualSense que, para nós, é o grande argumento para comprar uma PlayStation 5. É graças a ‘Astro’s Playroom’ que podemos ver as novas capacidades do DualSense e ter um vislumbre do que será possível para os ‘developers’ em futuros títulos da PlayStation 5. Gostaríamos então de destacar aquelas que são as duas grandes novidades do DualSense: os gatilhos adaptativos e a vibração.

Ao contrário da maioria dos comandos do mercado, onde os gatilhos podem simplesmente ser pressionados sem qualquer resistência, os gatilhos do DualSense podem ser alterados conforme a necessidade dos developers. Dando um exemplo prático, em ‘Call of Duty Black Ops: Cold War’ os dois gatilhos comportam-se de forma diferente.

Enquanto o L2 tem uma resistência em todos os níveis de pressão de forma a simular a mudança da visão normal para a visão da mira da arma, o R2 comporta-se como se um gatilho verdadeiro se tratasse. Pressionando o R2 é possível verificar uma resistência e, depois de o gatilho estar pressionado até sensivelmente metade, a pressão é libertada subitamente.

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Sobre a vibração do DualSense, é quase estranho apontá-la como uma novidade tendo em conta que é uma funcionalidade há muito presente em comandos de consolas. No entanto, a vibração em muitos outros comandos pode ser vista como demasiado abrupta, um elemento disruptivo que ‘deita por terra’ a imersão dos jogos. Felizmente não é isto que se passa com o DualSense, onde se revela mais subtil e complexa.

Voltamos a ‘Astro’s Playroom’ para exemplificar, onde a vibração é capaz de recriar grande parte das sensações sentidas no jogo. Quando o pequeno Astro Bot anda em em piso térreo é possível sentir os pequenos pés da personagem a entrar em contacto com a superfície mais mole, ao passo que a vibração se torna mais definida quando o Astro Bot anda em pisos metálicos. Já quando o Astro Bot patina no gelo, a vibração no comando procura simular a sensação das lâminas dos patins a rasparem no gelo.

Tanto os gatilhos adaptativos como a vibração são daquelas funcionalidades que, por muito que sejam descritas, só quando são experimentadas pela primeira vez é que fica evidente a evolução que representam. Acreditamos que o comando DualSense é uma das verdadeiras evoluções da PlayStation 5 para esta geração de consolas, capaz de elevar os níveis de imersão dos jogadores e conferir mais profundidade aos jogos que decidam tirar partido das suas capacidades. Esperamos que os produtores o façam no futuro.

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Além dos gatilhos adaptativos e da vibração, o DualSense tem mais algumas ‘cartas na manga’, mantendo a pequena coluna para sons específicos do jogo (volume pode ser alterado de acordo com a vontade do jogador) e ainda um microfone que pode ser usado tanto para falar online como para determinadas ações no jogo. Em ‘Astro’s Playroom’, por exemplo, há segmentos em que o jogador deve soprar para o comando de forma a ativar certos mecanismos. De resto, o DualSense mantém o botão de opções (do lado direito do painel tátil) e também o botão dedicado a partilha de fotografias, vídeos e transmissões (do lado esquerdo).

Ainda sobre o comando, o DualSense é um pouco maior do que o comando da PlayStation 4, o DualShock 4. Este comando já tinha um bom formato e era confortável de segurar mas podemos dizer que o DualSense consegue superar. Além das maiores dimensões, o DualSense também é um pouco mais pesado e robusto. Uma qualidade tendo em conta que será o seu comando durante os próximos anos. 

Notícias ao Minuto© Sony

Jogar na nova geração

Voltando um pouco atrás aos jogos disponíveis para a PlayStation 5, podemos dizer que grande parte deles cumpre as expetativas lançadas pela Sony. ‘Spider-Man: Miles Morales’ é um gosto de se ver, com mais efeitos de partículas e reflexos nos prédios espelhados e poças de água, cortesia da tecnologia ‘Ray Tracing’ que serve de ‘bandeira’ desta geração. Os mesmos efeitos podem encontrar-se em ‘Devil May Cry V: Special Edition’, tão rápido e furioso como se lembra e ainda mais fluído do que na geração passada. Já em ‘Sackboy: A Big Adventure’, dá gosto ver como os níveis estão construídos e como diferentes materiais são aplicados, retendo texturas e pormenores visuais dos correspondentes reais.

Grande parte dos jogos disponíveis para a PlayStation 5 disponibilizam opções para que os jogadores desfrutem de dois modos distintos: um focado na framerate e outro na resolução. Será sempre uma questão de escolha pessoal mas, no caso de títulos como ‘Demon’s Souls’ não conseguimos deixar de dar primazia aos 60fps garantidos pelo modo ‘performance’.

O ‘Demon’s Souls’ original estava limitado a 30fps e, ainda que o estúdio Bluepoint Games se tenha encarregado de manter um modo com esta ‘framerate’, este ‘remake’ dá realmente nas vistas quando exibe os 60fps. Há qualquer coisa de especial em navegar pelas áreas decadentes de Boletaria em cenários mais definidos do que nunca em 60fps e, nesse sentido, ‘Demon’s Souls’ é dos poucos jogos atualmente disponíveis que dá uma amostra do que será possível fazer a nível gráfico na PlayStation 5. Ainda que pudesse fazer um pouco mais com as funcionalidades do comando, um determinado 'boss' serve de exemplo de como a vibração pode ser aplicada, ao denunciar a presença de pequenas minas. Assim que o jogador se aproxima de uma mina, a vibração surge de uma forma subtil e fica mais presente consoante a proximidade. É um pequeno pormenor mas um mostra como o DualSense enriquece a experiência deste 'remake'.

Notícias ao Minuto© Sony Interactive Entertainment / FromSoftware / Bluepoint Games

À exceção de ‘Demon’s Souls’, e por muito bons que sejam outros jogos disponíveis neste lançamento, poucos serão aqueles que realmente justificam a compra da PlayStation 5 dado que também estão presentes na geração anterior. A não ser queira jogar pela primeira vez ou recordar avidamente a experiência de ‘Demon’s Souls’ - que acabou por dar início a um dos géneros mais populares e influentes da última década - e talvez jogar ‘Spider-Man: Miles Morales’ com o maior nível de detalhe possível, diríamos que pode esperar para se lançar para a nova geração.

Entretanto, se nada do referido acima serviu para o ajudar na indecisão, só falta mesmo fazer uma questão.

Deve comprar uma PlayStation 5?

Depende. Se tem o primeiro modelo da PlayStation 4 e acha que é altura de atualizar a consola em que joga, então diríamos que tem argumentos mais fortes. Se, por outro lado, investiu numa PlayStation 4 Pro para jogar em 4K e está a avaliar os argumentos da PlayStation 5, talvez queira esperar um pouco mais pela chegada de títulos realmente exclusivos da consola. 

No final, comprar uma nova consola é quase um ritual para os fãs de videojogos. É um virar de página entre gerações e, no mundo de hoje onde as evoluções são cada vez mais pequenas, talvez faça sentido comprar uma PlayStation 5 sem estar dependente de jogos verdadeiramente novos.

O que importa reter é que, desde o design arrojado, passando pelo potencial ainda maior do desempenho até às funcionalidades do comando DualSense, a PlayStation 5 é claramente uma máquina especial e mais uma proposta de grande qualidade da Sony para o mercado das consolas.

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