Cosgrave falava à Lusa quatro dias antes de arrancar a edição deste ano da Web Summit Lisboa, que será totalmente 'online' devido à pandemia.
Naquela que é considerada a maior cimeira de tecnologias a nível mundial, estão inscritos "mais de 2.500 jornalistas", disse o responsável.
"Uma das grandes mudanças este ano é ao nível dos jornalistas", salientou o cofundador da Web Summit.
"Criámos um novo evento chamado 'Fourth Estate' [quarto poder] que é para jornalistas, editores, 'publishers' discutirem especificamente as mudanças no setor", explicou Paddy Cosgrave.
Assim, "pela primeira vez temos editores e chefes de tantas publicações globais diferentes que irão falar e reunir-se uns com os outros" e "iremos dar continuidade a este evento em 2021, em Lisboa", salientou.
Questionado se o tema dos media vai ser uma tendência, Paddy Cosgrave considerou que sim.
"O mundo dos media teve uma década incrivelmente desafiante. Cada vez mais há antigas plataformas de media que estão a começar a prosperar novamente", disse o presidente executivo da cimeira tecnológica.
"E não é apenas o The New York Times. Estão a encontrar novas formas" de serem pagos pelo "verdadeiro jornalismo", prosseguiu.
Além disso, "também acho que muito público está a regressar aos media tracionais, porque estamos num momento em que há muita desinformação", referiu.
"E a pandemia tem sido uma oportunidade para os media tradicionais reforçarem o importante papel que desempenham", rematou.
Temas como "Pode a liberdade de imprensa sobreviver", "A pirâmide de notícias invertida ainda funciona", "Tornar global: os desafios das notícias internacionais" ou o "Combate das 'fake news' em 2020" são alguns dos temas em análise no evento.
A cimeira tecnológica decorre entre 2 e 4 de dezembro.