Cientistas na Alemanha passaram dois anos a tentar ter a sua sonda de calor, apelidada de toupeira, para perfurar a crosta de Marte, mas o dispositivo, de 40 centímetros de comprimento, integrado no módulo InSight da NASA não conseguiu ganhar fricção suficiente no solo.
Estava previsto a sonda ir até cinco metros de profundidade, embora apenas tenha perfurado cerca de meio metro.
Após uma última tentativa infrutífera, no fim de semana, com 500 marteladas, a equipa responsável desistiu.
"Demos tudo o que tínhamos, mas Marte e a nossa toupeira heroica permanecem incompatíveis", disse o cientista líder da experiência, Tilman Spohn, da Agência Espacial Alemã.
O esforço ajudará em futuras tentativas de escavação em Marte, acrescentou o cientista, num comunicado.
Segundo a NASA, os astronautas poderão um dia precisar escavar em Marte, em busca de água congelada para beber, para fazer combustível, ou à procura de sinais antigos de vida microscópica.
O desenho da toupeira foi feito com base em missões anteriores onde se examinou o solo, que se revelou diferente das caraterísticas agora encontradas.
O sismómetro francês da InSight registou, entretanto, quase 500 sismos em Marte, enquanto a estação meteorológica terrestre está a fornecer relatórios diários.
Na terça-feira, a temperatura máxima foi de -8 graus celsius e a mínima de -49 graus celsius no Elysium Planitia, em Marte, uma planície equatorial.
Recentemente, foi concedida uma prorrogação de dois anos para o trabalho científico, agora com duração até ao final de 2022.
A nave espacial InSight aterrou em Marte em novembro de 2018.
À sonda vai juntar-se o mais recente ´rover` da NASA, Perseverança, que tentará a aterragem no dia 18 de fevereiro. O veículo robótico Curiosity tem percorrido Marte desde 2012.