Lisboa, 28 jan 2021 (Lusa) -- A aposta na tecnologia espacial é uma das principais prioridades da presidência portuguesa da União Europeia no setor da ciência, que assume que ainda falta ao continente liderar em áreas como a segurança das comunicações.
O ministro português da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu hoje perante os deputados do Parlamento Europeu que a União precisa de atingir "autonomia estratégica" no setor.
"Na nossa vida diária como cidadãos europeus, todos vivemos de alguma forma com informação baseada no espaço", disse aos deputados da comissão parlamentar de Indústria, Investigação e Energia.
No setor da navegação, a Europa tem "o melhor sistema", o Galileu, mas em áreas como a segurança das comunicações, "tem a ciência mas ainda não é líder na aplicação da tecnologia".
Manuel Heitor defendeu que "a Europa precisa de mais cientistas" e que no conselho informal sobre competitividade com os ministros com a tutela da investigação, que decorrerá para a semana, lançará a ideia de "desenvolvimento de carreiras europeu".
Referiu que é necessário um "novo sistema de observação de fluxos de investigadores" e um código de conduta "revisto e mais afinado" para a investigação, usando as alianças entre universidades europeias.
Durante o semestre em que Portugal preside à União, afirmou esperar que Comissão Europeia e Parlamento Europeu cheguem a acordos para coordenar os investimentos do programa-quadro para a inovação (Horizonte Europa 2021-2027, no valor de 100 milhões de euros) e os programas nacionais de recuperação pós-pandemia.
Manuel Heitor afirmou esperar que o Parlamento faça até abril as suas recomendações sobre o programa europeu de computação avançada e que até ao fim do semestre se apliquem os mecanismos de cofinanciamento para suportar a instalação e custos de operação de oito supercomputadores na Europa.