O departamento de Justiça norte-americano já anunciou ter bloqueado 33 portais de meios de comunicação social controlados por Teerão e três páginas da milícia xiita pró-iraniana Hezbollah (Partido de Deus).
Os portais estavam alocados em servidores nos Estados Unidos.
"Em conformidade com as decisões judiciais, os Estados Unidos tomaram o controlo de 33 'sites' utilizados pela União Iraniana de Rádio e Televisão Islâmica (IRTVU) e três portais de internet do Hezbollah que violavam as sanções norte-americanas", contra o Irão, indicou o Departamento de Justiça através de um comunicado.
Até ao momento, não foram identificadas as empresas norte-americanas onde foram localizados os portais iranianos não tendo sido explicado como os vários canais do Irão deveriam ter procedido tendo em vista o argumento sobre a violação das sanções.
Mahmoud Vaezi, diretor do gabinete do presidente do Irão disse que a ação dos Estados Unidos vai contra "o princípio de liberdade de expressão" que os norte-americanos, disse, "estão sempre a defender".
"Nós vamos utilizar todos os meios jurídicos e internacionais para (...) condenar (...) esta política errónea dos Estados Unidos", acrescentou o responsável iraniano frisando que a ação não é construtiva no momento em que se tenta restabelecer negociações internacionais sobre o programa nuclear do Irão.
Entretanto, os portais dos canais de informação em árabe Al-Alam e em inglês Press-TV, que pertencem à rede de televisão de Estado Irib, informam que "o governo americano controla" o site.
O portal das forças Houthi do Iémen, apoiadas pelo Irão, também se encontra bloqueado.
No canal al-Masirah, portal da ala política Houthi foi colocada uma declaração que condena "o ato de pirataria que atenta contra os direitos de autor" por parte dos Estados Unidos que atuaram "sem justificação e sem aviso".
Mesmo assim, o canal Houthi foi reativado na terça-feira através da criação de um novo site que se encontra operacional neste momento.
Vários portais iraquianos, entre os quais os do Hezbollah no Iraque, não se encontram acessíveis e mostram uma mensagem do "departamento norte-americano do Comércio".
Em outubro de 2020, o mesmo canal das forças da milícia xiita no Iraque já tinha sido cortado pelos Estados Unidos.
O portal da cadeia de televisão da oposição do Bahrein, LuaLuaTV, também foi restringido.
A cadeia de notícias que tem delegações em Londres e Beirute já criticou o "controlo ilegal" por parte de Washington.
As autoridades do Bahrein acusam os grupos que controlam o canal LuaLuaTV de ligações ao regime iraniano.
Apesar do bloqueio, a agência de notícias do Irão IRNA refere hoje que a PressTV e o canal Al-Alam passaram a ter domínios ".IR" estando os 'sites' acessíveis através de outro servidor.
Os dois canais estão também a funcionar nas redes sociais, nomeadamente no Twitter.
O Irão encontra-se afetado por uma série de sanções económicas norte-americanos devido ao programa de enriquecimento nuclear que segundo Washington tem objetivos militares.
A República Islâmica é igualmente acusada, pelos Estados Unidos, de violações contra os Direitos Humanos e de promover o terrorismo.
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