A ex-trabalhadora do Facebook, Frances Haugen, tem hoje o estatuto de ‘whistleblower’ ao ter partilhado uma série de documentos da empresa, que detalham os funcionamentos internos rede social. Haugen marcou presença numa audiência a legisladores britânicos onde declarou que o Facebook decide deliberadamente apostar em anúncios “de ódio, irados e divisivos”.
Haugen explicou que o preço de anúncios no Facebook é parcialmente estabelecido de acordo com a probabilidade de receberem ‘likes’ e serem partilhados, notando que um anúncio que tenha mais interação é mais barato. A ‘whistleblower' notou que um anúncio “de ódio, irado e divisivo” é “substancialmente” mais barato do que um que seja “empático e com compaixão”.
“Temos visto uma e outra vez na investigação do Facebook que é mais fácil provocar pessoas a ficarem zangadas do que empáticas ou com compaixão. E portanto estamos literalmente a subsidiar ódio nestas plataformas”, afirmou Haugen de acordo com o Business Insider.
Haugen, que trabalhou no Facebook como parte da equipa de Integridade, mostrou-se também surpreendida com o anúncio de que o Facebook de que está pronto a investir 10 mil milhões de dólares na divisão encarregue de a transformar numa empresa do “metaverso”.
“Fiquei chocada por saber que o Facebook está decidido a apostar no metaverso e que vão contratar 10 mil engenheiros na Europa para trabalhar nisso”, contou Haugen. “Porque fiquei, ‘wow, sabem o que poderíamos ter feito a nível de segurança se tivéssemos mais 10 mil engenheiros?’ Teria sido incrível”, afirmou a ‘whistleblower’ ainda de acordo com a publicação.
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