"E quê? A nossa única bússola, aquela que orienta a ação do governo, a ação dos órgãos europeus, é fazer cumprir as decisões coletivas democráticas dos cidadãos europeus", disse o secretário de Estado da Transição Digital e das Comunicações Eletrónicas, Cédric O, sobre a intimidação da Meta.
Cédric O. falava na conferência "Construindo a soberania digital europeia", organizada em Paris no âmbito da presidência rotativa do Conselho da UE.
Entre as decisões coletivas mencionadas está "a proteção de dados e o regulamento geral de proteção de dados", sublinhou.
A empresa que controla o Facebook e o Instagram ameaçou segunda-feira encerrar os serviços nos países da União Europeia (UE), devido a uma sentença judicial que impede a transferência dos dados dos utilizadores europeus para os Estados Unidos.
No seu último relatório entregue à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), a Meta, sediada em Menlo Park (Califórnia), explica que a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), em 16 de julho de 2020, pode ter consequência para a sua "capacidade de prestação de serviços).
"Se não tivermos permissão para transferir os dados entre países e regiões em que operamos, ou se formos impedidos de partilhar os dados entre os nossos produtos e serviços, a capacidade para promover os nossos serviços poderá ser afetada", indicou a empresa dirigida por Mark Zuckerberg.
A razão fundamental para o possível "impacto" nos serviços é dificuldade que as maiores restrições de privacidade representam para poder personalizar os anúncios 'online', que é a principal fonte de rendimento da Meta.
Leia Também: Facebook e Instagram podem vir a ser encerrados na Europa