YouTube. Suspensão do canal da Duma relacionada com sanções à Rússia

A Google explicou hoje que a suspensão do canal do parlamento russo no Youtube está relacionada com o cumprimento da lei sobre sanções e regras comerciais, devido à invasão russa da Ucrânia.

Notícia

© Shutterstock

Lusa
09/04/2022 14:01 ‧ 09/04/2022 por Lusa

Tech

Ucrânia

"A Google cumpre todas as sanções aplicáveis e leis de conformidade comercial. Se descobrirmos que uma conta viola os termos de serviço, tomaremos as medidas apropriadas", referiu a gigante de tecnologia norte-americana à agência de notícias russa independente Interfax.

Em 24 de março, face à ofensiva russa em território ucraniano, os Estados Unidos impuseram sanções contra a Duma (câmara baixa do parlamento) e a 328 deputados.

As autoridades russas acusaram hoje a plataforma Youtube, propriedade da gigante de tecnologia norte-americana Google, de suspender o canal do parlamento da Rússia, prometendo retaliação e denunciando que a medida viola "os direitos" dos russos.

O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, afirmou que o canal do parlamento russo naquela plataforma digital de 'streaming', Duma-TV, foi bloqueado.

"Os Estados Unidos querem ter o monopólio da disseminação de informação. Não podemos permitir isso", escreveu no Telegram Vyacheslav Volodin.

Na manhã de hoje, jornalistas da agência de notícias AFP em Moscovo constataram que a conta já não estava acessível, com ou sem rede virtual privada (VPN), ferramenta que permite evitar bloqueios.

De acordo com Moscovo, a conta "Duma-TV" tem mais de 145.000 subscritores no Youtube. O canal transmite audiências parlamentares, entrevistas com deputados russos e discussões plenárias em direto.

"Com toda a certeza, o Youtube assinou a sua própria condenação", reagiu também no Telegram a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, pedindo a transferência "rápida" do conteúdo da plataforma da Google para os serviços de vídeo russos.

Nas últimas semanas, numa altura em que ocorre o conflito russo-ucraniano, o Youtube já foi acusado em várias ocasiões por Moscovo de ter bloqueado as contas de órgãos de comunicação social e autoridades russas.

Hoje, o regulador russo de comunicações, Roskomnadzor, pediu à Google para restaurar "imediatamente" a conta da Duma-TV.

Roskomnadzor já havia acusado a Google e o Youtube de atividades "terroristas" em março, o primeiro passo para um possível bloqueio de 'sites' na Internet na Rússia, como o Twitter, o Instagram e vários outros meios independentes desde o início do conflito em território ucraniano.

Desde o início da guerra contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, as autoridades russas multiplicaram os esforços para controlar as informações sobre o conflito divulgadas na Internet.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia. Autoridades russas acusam Youtube de suspender o canal da Duma

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas