Os cinco países, que formam a aliança de serviços secretos "Five Eyes", especificaram que Moscovo pode usar grupos de 'hackers' para lançar ataques contra estados, instituições ou empresas.
"A crescente [informação de] inteligência indica que o Estado russo está a explorar opções para possíveis ciberataques", destacaram num comunicado conjunto.
Segundo esta aliança, "a invasão russa da Ucrânia pode expor organizações, quer na região, quer em todo o mundo, a atividades cibernéticas maliciosas".
"Esta atividade pode responder ao custo económico sem precedentes imposto à Rússia e ao apoio material fornecido [à Ucrânia] pelos Estados Unidos ou pelos seus aliados e parceiros".
Os "Five Eyes" apontam também que "alguns cibercriminosos demonstraram recentemente publicamente lealdade ao Governo russo".
"Alguns grupos ameaçaram realizar ciberataques contra países e organizações que apoiam materialmente a Ucrânia", pode ler-se ainda no comunicado.
Washington tem vindo a alertar, desde o início da invasão russa da Ucrânia, para o risco de Moscovo usar como arma os ciberataques contra Kyiv e os seus aliados ocidentais, o que ainda não aconteceu.
Esta declaração dos cinco países identifica ainda uma dúzia de grupos de 'hackers' propensos a realizar estes ataques, alguns ligados aos serviços de inteligência ou ao Exército russo, outros privados.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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