A informação foi adiantada hoje pela vice-procuradora-geral norte-americana, Lisa Monaco.
A número dois do Departamento de Justiça norte-americano revelou novos pormenores dos ataques durante um discurso que incentivou as organizações atingidas pelos 'ransomware' a denunciar o crime às autoridades.
Monaco lembrou que um hospital do Kansas que pagou um resgate em 2021 após ser atacado entrou também em contacto com o FBI, que rastreou o pagamento e identificou lavagens de dinheiros na China que ajudaram os 'hackers' norte-americanos a lucrar de forma ilícita.
O FBI conseguiu recuperar meio milhões de dólares, incluindo todo o pagamento do resgate do hospital.
"Se vocês denunciarem esse ataque, se vocês denunciarem o pedido e o pagamento do resgate, se vocês trabalharem com o FBI, podemos agir", disse a responsável na Conferência Internacional sobre Segurança Cibernética, organizada pela Universidade de Fordham.
"Podemos seguir o dinheiro e recuperá-lo; podemos ajudar a evitar o próximo ataque, a próxima vítima; e podemos responsabilizar os criminosos", acrescentou.
Autoridades dos Estados Unidos em 2021 lutaram para enfrentar uma onda de 'ransomware' -- nos quais 'hackers' criptografam ou bloqueiam os dados de uma vítima e exigem quantias exorbitantes para devolvê-lo.
Embora o ritmo de ataques de em larga escala pareça ter diminuído, alvos -- como hospitais -- continuam a ser afetados.
No mesmo evento, o diretor do FBI, Christopher Wray, disse que o 'ransomware' está a ser cada vez mais implementado por governos hostis que procuram destruição.
"A outra coisa estamos a ver cada vez mais são os agentes de 'ransomware' a fazer mais do que apenas bloquear o sistema. Eles estão a exfiltrar [extrair ilegalmente dados de um determinado sistema informático fechado] as informações, ameaçam libertar os dados", disse Wray.
A variante de 'ransomware', conhecida "Maui", visava especificamente hospitais e organizações de saúde pública em todo o país.
Funcionários do Departamento de Justiça dizem que o ataque ao hospital do Kansas, que não identificaram, aconteceu em maio de 2021, quando 'hackers' criptografaram os arquivos e servidores daquela unidade. O hospital pagou cerca de 100 mil dólares em Bitcoin (criptomoedas) para recuperar os dados.
O departamento disse que, além de recuperar o pagamento do hospital do Kansas, também recebeu de volta um pagamento de um profissional de saúde no Colorado que foi afetado pela mesma variante do 'ransomware' Maui.
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