O CEO da Tesla apresentou a mesma oferta, já lançada anteriormente, para adquirir a rede social no início desta semana, para encerrar a prolongada disputa legal que começou quando Musk tentou desistir do acordo em abril, o que levou o Twitter a processar o empresário.
A rede social solicitou ao tribunal de Delaware que prossiga com o julgamento contra Musk, referindo que o bilionário se recusa a aceitar as "obrigações contratuais" do seu acordo de abril para comprar a empresa.
Os advogados do Twitter enviaram uma carta esta quinta-feira ao tribunal, pouco depois da equipe jurídica de Musk ter pedido que a juíza responsável pelo caso cancelasse o julgamento enquanto o bilionário trabalha numa nova oferta para comprar a empresa.
"O Twitter não aceitará um sim como resposta", pode ler-se no processo judicial assinado pelo advogado de Musk, Edward Micheletti.
"Surpreendentemente, eles insistiram em prosseguir com este litígio, imprudentemente colocando o negócio em risco e brincando com os interesses dos seus acionistas", destaca a defesa do bilionário.
Os advogados adiantaram ainda que os financiadores de Musk "indicaram que estão preparados para honrar os seus compromissos" e estão a trabalhar para fechar o acordo até 28 de outubro, cerca de uma semana depois do julgamento.
O Twitter contestou a alegação de Musk de que a rede social está a recusar a nova oferta, noticiou a agência Associated Press (AP).
A empresa está à procura de uma ordem judicial para forçar a conclusão da fusão e destacou que pretende fechar o acordo pelo preço acordado, mas descreveu a decisão de Musk de adiar o julgamento como "um convite para mais danos e atrasos".
Na terça-feira, o Twitter anunciou o seu acordo para que o empresário Elon Musk adquira a rede social pelo mesmo valor acordado anteriormente.
"A intenção da empresa é fechar a transação por 54,20 dólares por ação", referiu na altura o Twitter, em reação a uma proposta do CEO da Tesla, enviada horas antes à empresa e à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
Twitter e Musk tinham acordado anteriormente o negócio de compra da empresa, mas o bilionário voltaria atrás na transação, argumentando que tinha encontrado uma violação material de várias disposições do acordo, incluindo o número de contas falsas contabilizadas pela empresa.
Nas últimas semanas, Musk também criticou o Twitter por ter compensado o ex-chefe de segurança, Peiter Zatko, sem o seu consentimento, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Zatko, por sua vez, denunciou que a rede social escondeu informações relevantes dos reguladores sobre as suas deficiências na defesa cibernética e o número de contas falsas.
O SEC publicou na terça-feira um documento enviado por Musk, onde refere que o magnata "pretende proceder ao encerramento da operação contemplada no acordo de incorporação em 25 de abril de 2022, nos termos e nas condições nele estabelecidas".
Além disso, segundo o documento, Musk também condiciona a finalização do negócio ao encerramento do processo judicial aberto pelo Twitter, bem como a suspensão de todos os procedimentos em andamento relacionados com esta questão.
No entanto, o documento entregue por Musk não oferece uma data específica para a consumação do acordo, que já conta com a aprovação dos acionistas do Twitter.
Mesmo perante a novela mediática, a batalha judicial e a turbulência económica, os acionistas da empresa responderam afirmativamente à compra por Elon Musk, em 13 de setembro.
As ações do Twitter caíram 1,91 dólares, ou 3,7%, encerrando nos 49,39 dólares esta quinta-feira, no segundo dia de queda das ações, após um aumento de mais de 22% na terça-feira, na sequência da oferta renovada por parte de Musk para comprar a empresa.
[Notícia atualizada às 23h35]
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