Paddy Cosgrave respondia, em conferência de imprensa, no terceiro dia daquela que é considerada a maior cimeira tecnológica, a uma questão relativa à retira do convite da Grayzone, 'site' de notícias apontado como pró-russo.
"Todos os anos, e talvez tenha começado com o Edward Snowden, há pessoas no Web Summit que são consideradas ofensivas, veículos de desinformação, como alguns países os viam", afirmou o cofundador da Web Summit.
No entanto, "eu espero que a Web Summit possa continuar a ser uma espécie de Suíça durante dois a três dias", prosseguiu.
Mas todo este tema, considerou, "é complexo", considerou, defendendo que "todas as pessoas devem poder discordar" e "discordar ferozmente", referindo que há "uma longa, difícil, reflexão" este ano sobre o tema.
E decidiu tornar público o seguinte: "Foi-nos pedido por figuras muito significativas no mundo de hoje para cancelar Noam Chomsky, e nós dissemos: 'No way' [Nem pensar]"
Paddy Cosgrave não revelou os autores do pedido.
Noam Chomsky, que é linguística, filósofo, cientista cognitivo, crítico social e ativista, autor de várias obras, e conhecido como "pai da linguística moderna", como é descrito pela própria Web Summit, será orador no último dia do evento, na sexta-feira, onde irá abordar o tema "Debunking the great AI lie" [Desmascarar a grande mentira da IA].
Relativamente à Web Summit Rio, que terá lugar na cidade brasileira no próximo ano, Cosgrave referiu tratar-se de uma "notável cidade", recordando que foi palco de grandes eventos como os Jogos Olímpicos e o Mundial de Futebol, tendo infraestruturas "grandes e gigantes" no local.
"Espero que se torne a plataforma de negócio mais poderosa para as empresas brasileiras" se encontrarem com outras de todo o mundo, afirmou.
Já sobre a polémica que envolve Elon Musk e o Twitter, uma vez que Paddy Cosgrave utiliza esta rede social com frequência, considerou uma espécie de novela.
"Se tenho alguma opinião a acrescentar à montanha de opiniões das acusações que Elon Musk fez ao Twitter? Não. Mas adoro o drama, o Truman Show ou as Kardashian em esteróides, é o maior programa no mundo neste momento, é uma prenda para os jornalistas", afirmou Cosgrave.
Aliás, "não consigo imaginar quantas palavras têm sido escritas sobre Elon Musk nas últimas três semanas, é provável que vá continuar assim", acrescentou o presidente executivo da Web Summit.
A Web Summit, que realiza este ano a sétima edição, atingiu o seu máximo de capacidade com 71.033 participantes de 160 países, com o maior número de sempre de 'startups' e de investidores.
Criada em 2010 na Irlanda, a cimeira tecnológica realizou-se pela primeira vez, em Lisboa, em 2016, e por cá vai continuar até 2028, pelo menos.
Dos 1.050 oradores presentes nesta edição, 34% são mulheres, a mesma percentagem que em 2021.
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