'God of War Ragnarök'. Kratos está de volta com uma aventura obrigatória

Esta continuação da aventura de Kratos na mitologia nórdica tinha a tarefa difícil de estar ao nível de 'God of War' de 2018 mas, felizmente para os fãs, a Santa Monica Studio foi ao encontro do desafio e acabou por lançar mais um jogo obrigatório para qualquer detentor de uma consola da PlayStation.

Notícia

© SIE / Santa Monica Studio

Miguel Dias
09/11/2022 08:35 ‧ 09/11/2022 por Miguel Dias

Tech

Análise

Iniciada em 2005, a série 'God of War' assumiu-se desde o início como um dos 'standards' do género de ação e desde então teve um percurso praticamente incólume. Seja na PlayStation 2, na PlayStation 3 e até na portátil PSP, os jogos 'God of War' estiveram consistentemente entre os títulos essenciais das respectivas plataformas.

Não é de admirar, portanto, que 'God of War' lançado em 2018 tivesse tantas expectativas. Apesar de manter a identidade da série, este título lançado para a PlayStation 4 operou uma série de mudanças no que diz respeito à estética e sistemas de jogabilidade que caraterizaram 'God of War' desde o lançamento. O resultado foi uma revitalização da série que nem os fãs mais acérrimos de 'God of War' sabiam que precisavam, com a produtora Santa Monica Studio a conseguir dar uma nova vida às aventuras de Kratos que, desta vez, estava também acompanhado do filho Atreus.

'God of War Ragnarök' é a continuação desta história de pai e filho e que, assumimos desde já, está ao nível dos feitos do jogo lançado em 2018. Se dúvidas houvessem de que a Santa Monica Studio sabe o que está a fazer, 'God of War Ragnarök' esclarece-as com distinção e ainda consegue introduzir novidades que acabam por aprofundar os sistemas de jogabilidade.

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Notar que estas novidades não mudam o fundamental do combate. Kratos ainda depende do seu machado Leviathan e das icónicas Blades of Chaos para dizimar todos os inimigos que lhe aparecem pela frente. Os jogadores continuam a fazer uso de experiência adquirida durante o combate para desbloquear novos ataques, os quais 'abrem' mais formas de encadear combinações e controlar o campo de batalha.

A ajudar está Atreus, mais experiente em combate e que conta com novas 'ferramentas' de 'crowd control' - permitindo ao jogador infligir dano concentrado à distância a determinado inimigo enquanto lida com outro mais próximo.

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Gostaríamos de enaltecer que 'God of War Ragnarök' mantém tudo o que ajudou a tornar o antecessor um clássico da PlayStation. O 'feel' de Kratos apanhar o machado depois de o atirar para longe continua tão agradável como em 'God of War' de 2018, assim como as brutais execuções aos monstros que se atrevem a ameaçar o protagonista.

No entanto, a equipa dedicada ao combate de 'God of War Ragnarök' conseguiu introduzir pequenas inovações que conseguem contribuir positivamente para aprofundar o sistema de combate. Ao lançar um inimigo ao ar, este mantém-se desta forma por um pouco mais de tempo e desta forma fica também mais vulnerável a combinações - diminuindo efetivamente a dificuldade de concretizar ataques encadeados.

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Outro pormenor importante é a existência de indicadores visuais em relação ao posicionamento dos inimigos em volta de Kratos. Dado que a câmara volta a estar posicionada atrás de Kratos, o jogador poderia sentir-se 'desorientado' e não saber a posição dos inimigos no campo de batalha. Os produtores conseguiram contornar esta questão ao criar indicadores visuais em volta de Kratos, os quais surgem quando um inimigo está prestes a atacar e possibilitam ao jogador desviar-se a tempo.

É importante também enaltecer que, a nível de jogabilidade, a presença das Blades of Chaos desde o início do jogo faz muito para tornar o combate mais diversificado. Dado que estas armas surgem sensivelmente a meio de 'God of War' de 2018, as Blades of Chaos foram vistas como pouco relevantes no combate deste título. Isto já não acontece em 'God of War Ragnarök', ficando a sensação de que o combate foi alvo de uma pequena revisão para que as Blades of Chaos fossem tão relevantes, impactantes e viáveis quanto o machado Leviathan.

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A ajudar está o facto de o jogador poder usar o gelo do machado Leviathan e o fogo das Blades of Chaos para dar mais ou menos dano aos inimigos, muitos dos quais têm eles próprios mais ou menos afinidade por um destes elementos. É um sistema que já vimos em outros jogos de ação no passado e que é igualmente bem implementado em 'God of War Ragnarök'.

De resto há muitas coisas semelhantes em 'God of War Ragnarök' em comparação com o antecessor. Os jogadores continuam a adquirir diferentes equipamentos para 'builds' distintas que favoreçam mais força, pontos de saúde ou defesa e, por sua vez, estes equipamentos também podem ser melhorados com materiais e 'hacksilver' que são encontrados no cenário e com inimigos eliminados.

A Santa Monica Studio também decidiu responder às críticas dos fãs a respeito da falta de diversidade de 'bosses' de 'God of War' de 2018, algo que fica evidente logo nas primeiras horas. Ao mesmo tempo, os elogios à estrutura semi-aberta do antecessor foram levados em conta e em 'God of War Ragnarök' os jogadores podem contar com mais reinos de Yggdrasil para explorar e com um nível de detalhe semelhante ao de Midgard do antecessor.

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A conclusão merecida

Mais preocupado do que revolucionar a jogabilidade de 'God of War' de 2018, 'God of War Ragnarök' tem o objetivo de colocar um final digno à saga nórdica de Kratos. O enredo tem lugar alguns anos após o final do antecessor, dando ao jogador a oportunidade de ver a evolução na relação entre Kratos e Atreus e o papel da dupla no evento cataclísmico que está destinado.

Há muitas surpresas e momentos altos na narrativa de 'God of War Ragnarök', algo que é sempre difícil de 'navegar' e que não revelaremos de forma a não estragar a experiência dos jogadores. O que podemos dizer é que os produtores foram especialmente atenciosos na construção da relação entre Kratos e Atreus, com pequenas subtilezas, olhares e pausas no discurso que servem como um novo ponto alto na forma como as personagens são desenvolvidas. A isto muito ajuda os desempenhos vocais dos atores e que elevam como um todo a experiência narrativa proporcionada por 'God of War Ragnarök'.

Por fim, uma última palavra para o grafismo. O facto deste ser um jogo disponível para PlayStation 5 e PlayStation 4 pode ter afetado o nível do grafismo que seria possível na consola de nova geração da Sony mas, se tal aconteceu, será difícil de o perceber.

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Para começar, 'God of War' de 2018 não era de forma nenhuma um jogo feio ou graficamente fraco. Mesmo para os padrões de hoje, será difícil para qualquer pessoa considerar este título um jogo graficamente datado. Apesar de não ser um título visualmente mais avançado de uma forma drástica, 'God of War Ragnarök' continua a ser um jogo belíssimo e 'polvilhado' de efeitos visuais de grande qualidade, com um design artístico ao alcance de poucos estúdios na indústria.

Uma verdadeira maravilha visual a que se junta a flexibilidade da PlayStation 5 para proporcionar diferentes resoluções e 'frames' por segundo. A forma como a neve reage à passagem de Kratos, os efeitos de calor de alguns dos outros reinos e até as expressões das personagens serão certamente vistos como pontos altos no que diz respeito à fidelidade visual de 'God of War Ragnarök'.

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Considerações finais

'God of War Ragnarök' pode ser considerado uma sequela perfeita. Algo raro na indústria dos videojogos, sobretudo no que diz respeito a continuações de títulos que (de certa forma) 'agitaram' as expectativas dos fãs.

Mais do que dar aos jogadores um volume ainda maior do que aquilo que gostaram, a Santa Monica Studio conseguiu também 'limar' as arestas e concluir com sucesso um novo 'arco' de um dos principais protagonistas de jogos da Sony. 'God of War Ragnarök' é mais e melhor do que o antecessor, isto sem nunca desmerecer o trabalho feito no título de 2018.

Tudo somado, a Santa Monica Studio conseguiu criar um jogo verdadeiramente obrigatório para qualquer detentor de uma PlayStation 5 ou de uma PlayStation 4, criando no processo aquilo que pode ser considerado um 'canto do cisne' da consola da geração passada da Sony.

Pontos fortes

- Mais mitologia nórdica;

- A relação entre Kratos e Atreus continua a ser um ponto alto;

- Combate mais aprofundado e focado no encadeamento de ataques;

- Ritmo de jogo com boa combinação entre combate, puzzles e exploração de cenários;

- Grafismo continua impecável;

Pontos fracos

- Não faz nada de revolucionário ou inesperado na jogabilidade;

Ideal para…

Os fãs de 'God of War' não terão razões de queixa. Mesmo que não seja um fã de longa data, se gostou do jogo lançado em 2018 estará certamente habilitado a desfrutar de 'God of War Ragnarök'. Os aficionados por mitologia nórdica também terão bons motivos para experimentar este título, com um enredo que mistura bem elementos clássicos deste panteão.

Tal como acontece com outros exclusivos da PlayStation, a Santa Monica Studio implementou tantas opções de acessibilidade quanto conseguiu e que permitirá que mais pessoas consigam desfrutar de 'God of War Ragnarök'.

Leia Também: Novo vídeo de 'God of War Ragnarök' conta com Ben Stiller e LeBron James

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