A Meta, dona do Facebook e Instagram, vai despedir mais de 11.000 funcionários. O anúncio foi feito esta quarta-feira por Mark Zuckerberg, numa carta entretanto tornada pública.
Estas demissões representam 13% da equipa.
"Hoje estou a partilhar algumas das mudanças mais difíceis que fizemos na história da Meta", começou por dizer o CEO (Chief Executive Officer, presidente executivo) da empresa. "Decidi reduzir o tamanho de nossa equipa em cerca de 13% e dispensar mais de 11.000 de nossos talentosos funcionários", acrescentou, explicando que estão a ser tomadas várias medidas adicionais para tornar a Meta uma empresa "mais reduzida e eficiente" e responder às mudanças no ambiente económico e empresarial.
Entre estas medidas, além dos despedimentos, estão cortes noutras despesas da empresa, como na "pegada imobiliária", com muita gente a trabalhar fora dos escritórios, e um prolongamento do congelamento das contratações até ao primeiro trimestre de 2023.
"Quero assumir a responsabilidade por estas decisões e por como chegámos aqui. Eu sei que isto é difícil para todos, e lamento especialmente pelos afetados", notou Mark Zuckerberg.
As pessoas afetadas receberão um 'e-mail' para as informar da sua situação.
Note-se que este anúncio surge numa altura em que as ações da Meta caíram cerca de 70% e estão atualmente a ser negociadas ao preço mais baixo desde 2016.
Os funcionários afetados irão receber, entre outros apoios, 16 semanas de pagamento mais duas semanas adicionais por cada ano de serviço. A Meta irá ainda cobrir o seguro de saúde por seis meses.
Segundo o CEO da empresa, a pandemia da Covid-19 levou a um aumento significativo do comércio eletrónico e a "um enorme crescimento das receitas", que não tem sido sustentado.
"Muitas pessoas previram que esta seria uma aceleração permanente que continuaria mesmo depois de terminada a pandemia. Eu também o fiz, pelo que tomei a decisão de aumentar significativamente os nossos investimentos. Infelizmente, isto não se revelou como eu esperava", acrescenta.
Agora, a recessão macroeconómica, o aumento da concorrência e a perda de anunciantes fizeram com que, segundo Zuckerberg, as receitas "fossem muito mais baixas do que esperava". "Eu estava errado e assumo a responsabilidade por isso", sublinhou.
"Este é um momento triste, e não há como contornar isso. Para aqueles que estão a partir, quero agradecer novamente por tudo que colocaram nesta companhia. Não estaríamos onde estamos hoje sem o vosso trabalho duro", disse ainda o responsável.
"Para aqueles que ficam, eu sei que este é um momento difícil para vocês também. Não estamos apenas a despedir-nos de pessoas com quem trabalhamos de perto, mas muitos de vocês também sentem incerteza sobre o futuro. Quero que saibam que estamos a tomar estas decisões para garantir que o nosso futuro seja forte", acrescentou.
É de realçar que no início desta semana o The Wall Street Journal já tinha noticiado que a Meta se preparava para avançar com um despedimento coletivo. Grande parte das empresas tecnológicas estão a cortar no número de trabalhadores, com o Twitter de Elon Musk a ter despedido cerca de metade da sua força laboral.
[Notícia atualizada às 12h32]
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