Cinco dias depois de levantar voo no Cabo Canaveral, no estado norte-americano da Flórida, a cápsula Orion está cada vez mais próxima da órbita lunar, onde deve entrar na sexta-feira antes de iniciar a viagem de regresso à Terra.
A aeronave, que faz parte da aguardada missão Artemis I, da agência espacial norte-americana NASA, passou pelo 'lado negro da lua' e a cerca de 128 quilómetros da superfície lunar.
A cápsula não é tripulada, mas levou consigo três manequins, com o objetivo de simular a próxima visita do ser humano ao satélite natural, marcada para 2025. Antes, está prevista uma nova missão em 2024, essa sim tripulada, com o objetivo de passar em torno da Lua.
Tudo correu como esperado: quando passou esta segunda-feira ao 'outro' lado da Lua, e após o previsível 'apagão' nas comunicações com um atraso de meia-hora relativamente à Terra, a nave voltou a tornar-se visível, a mais de 375 mil quilómetros da Terra.
A aeronave conseguiu, assim, apanhar o efeito de gravidade da órbita lunar e deverá rondar a Lua até sexta-feira, altura em que irá acionar novamente o motor que a colocará firmemente na órbita.
Na transmissão em direto oferecida pela NASA, através do Youtube, foi possível ver a aproximação à Lua, cada vez maior e mais clara. Depois de voltar a transmitir, a nave mostrou a Terra, bem longe, um pequeno ponto azul no vazio do espaço.
LIVE NOW: The @NASA_Orion spacecraft is performing its first powered lunar flyby.
— NASA (@NASA) November 21, 2022
Orion will make its closest approach to the lunar surface during the #Artemis I mission - approximately 80 miles – at 7:57am ET (12:57 UTC). https://t.co/rO5HBPx0Ec
A Orion partiu a bordo do maior foguetão alguma vez construído. A missão Artemis I passou por vários contratempos, o que deixou as autoridades norte-americanas preocupadas com o seu investimento superior a 4 mil milhões de dólares.
Mas, para já, a missão tem sido um sucesso e prevê-se que quebre o recorde de distância percorrida por uma nave preparada para acolher astronautas. No próximo fim de semana, a Orion deve atingir a marca dos 400 mil quilómetros, ultrapassando o recorde deixado pela Apollo 13, em 1970. Na segunda-feira, estima-se que a Orion tenha percorrido 433 mil quilómetros.
A Orion vai passar uma semana na órbita lunar antes de voltar à Terra, estimando-se que caia no Oceano Pacífico no dia 11 de dezembro.
Fly-by complete!@NASA_Orion completed its closest fly-by of the Moon this morning, 81 miles above the lunar surface, traveling 5,102 mph. Before the fly-by, we conducted an outbound powered fly-by burn, increasing speed at a rate of more than 580 mph: https://t.co/gqViM3BJLg pic.twitter.com/9IUkQUj4pf
— Jim Free (@JimFree) November 21, 2022
A cápsula não tem um módulo lunar para aterrar. A NASA tem acordada a colaboração com a SpaceX, que vai fornecer a Starship, que permitirá em 2025 a aterragem em solo lunar.
Durante o seu percurso, a Orion sobrevoou os locais de aterragem das missões Apollo 11, 12 e 14, as três primeiras missões que levaram a humanidade a pousar no solo de outro astro.
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