A gigante californiana das redes sociais pode ter que pagar indemnizações a milhares de cidadãos do Quebec que usaram a plataforma desde 2016 para procurar emprego ou casa e que tiveram anúncios ocultados devido aos critérios discriminatórios, adiantou esta quarta-feira a advogada dos queixosos à agência France-Presse (AFP).
"Estamos satisfeitos com a decisão do Tribunal de Apelação de Quebec", frisou Audrey Boctor, referindo-se a "práticas discriminatórias generalizadas".
"A discriminação algorítmica que impede certos grupos de pessoas, como mulheres e trabalhadores mais velhos, de receber anúncios de emprego é apenas uma forma moderna do mesmo tipo de discriminação que é proibida pela Carta de Quebec", sustentou a advogada.
A ação coletiva foi iniciada em 2019 antes de ser rejeitada por um tribunal de primeira instância.
Contactada pela AFP, a Meta, empresa-mãe do Facebook, não quis comentar a decisão do tribunal de recurso do Quebec, mas garantiu que tomou medidas "para promover a não-discriminação e a equidade nos sistemas de publicidade".
O grupo que controla o Facebook enfrentou processos semelhantes nos Estados Unidos.
Em junho, a empresa concordou em mudar os seus métodos de segmentação de publicidade e pagar 115.054 dólares (cerca de 109 mil euros] em multas para encerrar um processo do governo dos Estados Unidos, que a acusava de facilitar a discriminação racista e sexista.
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