Na década 2011-2020, os países da União Europeia (28%) e Japão (24%) dominaram o depósito de pedidos de patentes internacionais relacionados com tecnologias de produção de hidrogénio, refere um estudo da Agência Internacional de Energia (AIE) e do Instituto Europeu de Patentes (na sigla em inglês EPO), o primeiro do género no mundo.
Os Estados Unidos, com 20% dos pedidos de patentes, são o único grande centro de inovação que perdeu espaço, especialmente durante o mandato do antigo Presidente Donald Trump (2016-2020).
Embora os norte-americanos fossem o país 'número um' em 2011, a sua expressão "diminuiu significativamente" depois de 2015 e o país encontrava-se em 2020 "bem na terceira posição" atrás da Europa e do Japão, observa o estudo.
Ao longo da década, a China representou 4% dos pedidos de patentes e a Coreia 7%.
Na Europa, Alemanha (11%), França (6%) e Países Baixos (3%) são os líderes no patentear de tecnologias de hidrogénio, destaca o estudo.
O 'velho continente' está "na frente" em termos de capacidade de fabrico de eletrolisadores, equipamentos usados para produzir hidrogénio sem emitir CO2, ao dividir a molécula de água (H20) em moléculas de oxigénio e hidrogénio através de uma corrente elétrica.
Em termos de investigação, "ocorreu uma mudança" para tecnologias descarbonizadas, explicou Yannick Ménière, economista-chefe do EPO.
Esta circunstância é ainda mais estratégica porque os atuais processos de produção de hidrogénio são quase 100% de origem fóssil, a partir do gás, baseados em tecnologias que emitem altos níveis de CO2 na atmosfera.
Quando é produzido principalmente a partir de eletricidade eólica, solar ou livre de carbono, como a nuclear, o hidrogénio pode "substituir os combustíveis fósseis" e ser usado para descarbonizar setores "onde há poucas alternativas limpas", como transporte de longa distância e fertilizantes, observou, por sua vez, o diretor-geral da AIE, Fatih Birol.
Por setor, os grupos químicos e do automóvel são os mais ativos, liderados pela francesa Air Liquide com 174 pedidos de patentes, à frente da alemã Linde (155).
Dentro das universidades e institutos públicos de investigação, os institutos franceses CEA, CNRS e IFP ocupam os três primeiros lugares do mundo em investigação fundamental em termos de patentes de hidrogénio.
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