'Hackers' pró-Rússia executaram ciberataque que paralisou Royal Mail

Um grupo de 'hackers' ligado à Rússia é responsável por um ciberataque que está a paralisar as remessas internacionais do serviço postal britânico Royal Mail desde quarta-feira, divulgou hoje o jornal The Telegraph.

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© Reuters

Lusa
12/01/2023 23:15 ‧ 12/01/2023 por Lusa

Tech

Inglaterra

Um porta-voz da Agência Nacional de Crime (NCA) adiantou que os serviços de inteligência britânicos estão a colaborar para investigar a origem e tentar solucionar o "incidente".

O ciberataque afetou sistemas informáticos utilizados pela ex-empresa pública para gerir remessas internacionais.

O Royal Mail garantiu que está a "trabalhar arduamente" para tentar resolver um problema que tem paralisado as cartas e encomendas que saem do Reino Unido para o estrangeiro através da empresa, embora para já não tenha detalhado quando prevê reiniciar o serviço.

Segundo o The Telegraph, o incidente foi causado por um ataque do grupo Lockbit, através de um programa malicioso que codifica dados em computadores e exige um resgate para reverter os danos.

O jornal cita uma mensagem escrita por um membro da Lockbit numa conversação onde garante que o grupo fica "beneficiado com a atitude hostil do Ocidente [para com a Rússia], pois permite-lhes "realizarem atividades agressivas e operar livremente dentro as fronteiras dos antigos países soviéticos".

A Royal Mail detalhou esta quarta-feira que solicitou aos seus clientes que não enviassem correspondência para o estrangeiro, enquanto o problema não é resolvido, e preveniu os que já fizeram os envios que estes "podem sofrer atrasos ou perturbações".

O grupo apresentou ainda as suas desculpas aos clientes afetados.

O grupo postal britânico International Distributions Services (IDS), casa-mãe ('holding') da Royal Mail, a atravessar dificuldades, anunciou em novembro que estava com resultados semestrais negativos.

A Royal Mail, a filial que agrega as suas atividades no Reino Unido, tinha em particular sofrido uma quebra de receitas superior a 10%, devido em particular à redução do número de pacotes, que tinha crescido muito no contexto da pandemia, e de um conflito social com os assalariados, que continua.

A empresa tinha dito em outubro que pretendia cortar até 10 mil postos de trabalho, até ao final de agosto, no efetivo superior a 137 mil pessoas.

A estratégia que, entretanto, avançou baseia-se na recentragem da sua atividade nos pacotes.

A GLS, a sua marca de transporte de pacotes para o estrangeiro, que viu o volume baixar, aumentou a faturação em 10%.

Recentemente, o grupo mudou de nome, abandonando a designação Royal Mail para refletir "a importância acrescida da GLS" e pretende separar as suas atividades no Reino Unido e no estrangeiro.

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