Neuralink de Musk investigada sobre transporte irregular de patógenos
A Neuralink, empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, está a ser investigada sobre os seus métodos de transporte, depois de um grupo apoiante dos direitos dos animais contatar o Departamento de Transportes dos EUA, revelaram autoridades americanas.
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A organização sem fins lucrativos que se opõe ao uso de animais em pesquisas médicas, o 'Physicians Committee for Responsible Medicine-PCRM", sediado em Washington, informou que registos públicos mostram que funcionários não treinados da Neuralink transportaram dispositivos "contaminados", que foram removidos do cérebro de macacos "infetados", sem os embalar em segurança.
Os incidentes ocorreram em 2019 na Universidade da Califórnia, em Davis, onde foram realizados experimentos com macacos rhesus.
O Neuralink é um dos grupos que trabalha para ligar cérebros a computadores, com o objetivo de ajudar a tratar distúrbios cerebrais ou superar lesões cerebrais, entre outras aplicações.
As origens da tecnologia remontam à década de 1960, mas nos últimos anos registaram-se avanços significativos.
No final do ano passado, na apresentação "mostrar e contar", transmitida ao vivo, Elon Musk disse que a sua equipa estava à espera da aprovação dos reguladores dos EUA para testar o dispositivo da empresa.
Musk disse ainda, na época, que a empresa devia ser capaz de colocar o implante num cérebro humano, em cerca de seis meses, como parte de um ensaio clínico.
O comité adiantou que os arquivos médicos obtidos para os macacos sugerem que os dispositivos neurais transportados podem ter sido contaminados com patógenos (agente que pode provocar uma doença) resistentes a antibióticos, incluindo Staphylococcus e Klebsiella, que podem causar pneumonia, infeções no sangue e meningite.
O grupo precisou que os dispositivos também foram contaminados com Corynebacterium ulcerans, um "patógeno humano emergente" que pode produzir difteria fatal.
"Os registos sugerem que as práticas desleixadas da Neuralink representam um perigo para a saúde e segurança pública", disse a conselheira geral associada do Comité, Deborah Dubow.
A Neuralink, com sede em Fremont, Califórnia, não respondeu ao pedido de comentário da Associated Press.
A investigação está a ser conduzida pela administração de segurança de oleodutos e materiais perigosos do Departamento de Transporte.
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