Polícia chinesa investiga notícias falsas geradas pelo ChatGPT

A polícia chinesa lançou uma investigação a um portal de notícias que usava o popular programa de inteligência artificial ChatGPT para gerar e divulgar artigos falsos, com o objetivo de obter grandes quantidades de tráfego e lucro.

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Lusa
08/05/2023 09:10 ‧ 08/05/2023 por Lusa

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ChatGPT

Os agentes descobriram inicialmente um artigo na Internet que informava do descarrilamento e incêndio de um comboio em Pingliang, na província ocidental de Gansu, que resultou em vários mortos.

Após verificarem que se tratava de informação falsa, a polícia abriu uma investigação e descobriu que o artigo foi publicado por 21 contas do Baidu, o principal motor de buscas chinês, criadas por uma empresa com sede em Shenzhen, no sul da China.

O representante legal da empresa, de sobrenome Hong, e o seu irmão mais novo são suspeitos de fabricar e espalhar boatos.

Segundo a polícia, o irmão mais novo de Hong comprou um grande número de "contas Baijia", um serviço fornecido pelo Baidu que permite aos utilizadores criar e difundir conteúdo original, e editou as notícias com recurso ao programa de inteligência artificial ChatGPT, que gera textos a partir de palavras-chave.

O objetivo era obter uma grande quantidade de tráfego e lucro através da difusão de notícias sensacionalistas e falsas.

A polícia prendeu o irmão mais novo e congelou as contas bancárias relacionadas ao caso.

A investigação ainda está em andamento e as autoridades alertaram os internautas para não acreditarem ou espalharem boatos 'online'.

Nas últimas semanas, este tipo de 'chatbots' tem despertado grande interesse no país asiático, ao ponto de a imprensa oficial já ter alertado para uma possível "bolha" no mercado devido ao "excesso de entusiasmo" com esta tecnologia.

Em abril passado, o regulador da Internet da China publicou um projeto de regulamento que regulará o setor da inteligência artificial. O projeto exige que o conteúdo criado por 'chatbots' e outros modelos generativos "reflitam valores socialistas fundamentais" e não "prejudiquem a unidade nacional, subvertam o poder do Estado ou incitem à divisão do país".

A agitação em torno do ChatGPT na China também tem levantado dúvidas sobre a aplicação deste tipo de tecnologia no país asiático devido à forte censura imposta pelas autoridades.

Leia Também: Soluções como ChatGPT abrem mundo de oportunidades, diz presidente da AMA

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