Austrália quer proibir WeChat em dispositivos do governo

Uma comissão da câmara alta do parlamento da Austrália recomendou que os membros do governo sejam proibidos de utilizar nos dispositivos de trabalho a rede social chinesa WeChat, uma medida já aplicada ao TikTok.

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Lusa
02/08/2023 08:12 ‧ 02/08/2023 por Lusa

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Num relatório divulgado na terça-feira, A Comissão de Interferência Estrangeira através das Redes Sociais também recomendou que os gigantes do setor, como a Meta (dona do Facebook e Instagram) e a X (antigo Twitter), devem tornar-se mais transparentes ou enfrentar multas.

O presidente da comissão do Senado australiano, James Paterson, disse hoje que as recomendações do relatório tornariam a Austrália um alvo mais difícil para os sérios riscos de interferência estrangeira que o país enfrenta.

O relatório "aborda os problemas colocados por plataformas de redes sociais com sedes [em jurisdições] autoritárias, como TikTok e WeChat, e plataformas de redes sociais com sede no Ocidente que estão a servir de armas para as ações de governos autoritários, incluindo Facebook, YouTube e Twitter" (agora X), disse Paterson aos jornalistas.

A comissão foi estabelecida em 2022 para examinar os usos das redes sociais que prejudicam a democracia e os valores da Austrália, incluindo a disseminação de notícias falsas e desinformação.

A comissão concluiu que a China e outros regimes autoritários continuam a representar um risco elevado para as democracias, através de campanhas de desinformação que utilizam redes sociais para distorcer o debate público e minar a confiança nas instituições.

O relatório refere que a comissão está particularmente preocupada com o TikTok e o WeChat, a rede social mais popular na China, que é também muito utilizada entre a diáspora chinesa na Austrália.

Em abril, a Austrália proibiu membros do governo de utilizar o TikTok nos dispositivos de trabalho, juntando-se a uma série de países ocidentais que tomaram decisões semelhantes por razões de segurança.

A Austrália foi o último país da chamada aliança "Five Eyes" a proibir o TikTok no governo, depois dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Nova Zelândia.

Medidas semelhantes foram tomadas em França, nos Países Baixos e na Comissão Europeia.

No centro das preocupações está uma lei chinesa de 2017 que exige às empresas locais a entrega de dados pessoais alegadamente relacionados com a segurança, a pedido das autoridades.

Inicialmente, a TikTok disse que as proibições estavam "enraizadas na xenofobia", antes de admitir, em dezembro último, ter recolhido dados pessoais para espionagem de jornalistas.

A popularidade da aplicação de partilha de vídeos explodiu nos últimos anos, particularmente entre os jovens. Muitos departamentos do governo australiano tinham anteriormente procurado expandir a presença na aplicação, para alcançar uma audiência mais jovem.

A Tiktok é propriedade do grupo chinês ByteDance, que tem uma aplicação semelhante, mas separada para a China.

Leia Também: TikTok disponibiliza novas ferramentas de transparência

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