"Interrompê-lo seria a pior decisão a tomar", realçou o diretor-geral da agência espacial russa, que defende, pelo contrário, que Moscovo deve voltar a "dominar todas as tecnologias".
Yuri Borissov frisou, em entrevista ao canal de televisão Rossiya 24, que a primeira sonda lançada pela Rússia à Lua desde 1976 caiu no domingo principalmente porque a Rússia "suspendeu o seu programa de exploração lunar durante quase cinquenta anos".
"A experiência inestimável acumulada pelos nossos antecessores nas décadas de 1960 e 1970 foi praticamente perdida e a transferência entre gerações não ocorreu", lamentou Yuri Borissov.
Quase cinquenta anos depois da última missão lunar bem-sucedida de Moscovo, a sonda Luna-25, que pesava quase 800 quilos, embateu num solo lunar após um incidente no sábado durante uma manobra antes da sua aterragem na Lua.
Borisov destacou que o acidente aconteceu porque um motor não desligou normalmente e funcionou por 127 segundos, em vez dos 84 programados. Uma comissão deve esclarecer rapidamente a causa do acidente.
Este fracasso surge num momento em que o presidente russo Vladimir Putin garantiu que Moscovo fará tudo para manter a sua posição, dando como exemplo o envio pela URSS do primeiro homem ao espaço em 1961, em plena escalada de tensões entre o bloco soviético e o bloco ocidental.
Putin prometeu continuar o programa espacial russo apesar dos problemas de financiamento, dos escândalos de corrupção e do isolamento russo devido ao conflito na Ucrânia.
O Luna-25 descolou na noite de 10 para 11 de agosto do extremo oriente russo. A sua aterragem na Lua estava programada para segunda-feira, no Polo Sul lunar, o que teria sido a primeira vez, pois as máquinas pousaram até agora na zona equatorial.
A sua missão, originalmente prevista para durar um ano, era recolher e analisar amostras de solo.
Com o desfecho infeliz da Luna-25, a sonda espacial indiana Chandrayaan-3, lançada em julho, surge na dianteira como primeira candidata a alunar no polo sul - a data prevista é quarta-feira.
Nos últimos anos, arrancou uma nova corrida à Lua, com os Estados Unidos, China, Índia e Coreia do Sul a mostrarem as suas ambições.
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