A Índia conseguiu pousar em segurança a sonda Chandrayaan-3 na Lua, tornando-se assim o quarto país a alcançar este feito - depois dos EUA, da Rússia (na altura URSS) e da China - e o primeiro a fazê-lo no polo sul.
A chegada à Lua aconteceu esta quarta-feira, dia 22, e o feito foi celebrado com grande entusiasmo por todos os que estavam no centro de controlo.
"Conseguimos pousar em segurança na Lua. A Índia está na Lua", anunciou o presidente da agência espacial indiana ISRO, Sreedhara Panicker Somanath, de acordo com a Al Jazeera.
O acontecimento mereceu até um discurso do primeiro-ministro Narendra Modi, que - dado que está atualmente na África do Sul no âmbito da conferência dos BRICS - falou com o centro de controlo da IRSO por via de videochamada. "Este é um momento sem precedentes. Este é o momento para uma Índia nova, em desenvolvimento. É o momento para 1.4 mil milhões" de indianos, disse Modi.
Modi congratulou todos os envolvidos pelo sucesso da missão, notando que é um sinal de que os países do hemisfério sul também são capazes de chegar à Lua. "A missão lunar bem-sucedida da Índia não é apenas da Índia", notou Modi.
A Chandrayaan-3 - significa "nave lunar" em sânscrito - descolou da rampa de lançamento localizada na ilha de Sriharikota, na Índia, no dia 14 de julho. Sublinhar que a sonda pousou no polo sul da Lua, uma região do nosso satélite natural que continua por explorar e que a ISRO acredita que pode conter reservas de água em estado sólido e outros elementos preciosos.
A missão Chandrayaan-3 é composta por um módulo de aterragem autónomo de 1,7 toneladas, um módulo de propulsão de 2,1 toneladas e um veículo robótico de 26 quilos e pretende desenvolver e testar novas tecnologias necessárias para missões interplanetárias.
As cargas úteis do módulo de aterragem incluem instrumentos para medir a condutividade térmica e a temperatura, para medir a sismicidade em torno do local de alunagem, para estimar a densidade do plasma e as suas variações, bem como um conjunto de retroreflectores laser passivos da NASA para estudos de alcance de laser na superfície lunar.
O veículo robótico está equipado nomeadamente com um espetrómetro de raios X de partículas alfa (APXS) e com um espetroscópio de decomposição induzida por laser (LIBS) para determinar a composição elementar na proximidade do local de aterragem.
Recordar ainda que a Rússia tentou recentemente pousar recentemente a sonda Luna-25 no polo sul da Lua, a sua primeira missão no satélite natural desde 1976. Esta missão que acabou da pior maneira, com a destruição da aeronave depois desta se despenhar no sábado, dia 19, depois de não ter conseguido entrar na órbita necessária para pousar na zona pretendida.
O polo sul da Lua é a região onde os EUA querem colocar em dezembro de 2025 a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro, ao abrigo do novo programa lunar Artemis.
[Notícia atualizada às 14:38]
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