A cimeira vai realizar-se nos dias 01 e 02 de novembro em Bletchley Park, local nos arredores de Londres onde funcionaram os serviços de descodificação britânicos das comunicações nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
O Governo britânico quer discutir o desenvolvimento e a utilização com segurança da IA, analisando os riscos e discutindo a forma como estes podem ser mitigados através de uma ação coordenada a nível internacional.
"Os modelos avançados de IA têm um enorme potencial para impulsionar o crescimento económico, impulsionar o progresso científico e proporcionar benefícios públicos mais amplos, ao mesmo tempo que representam potenciais riscos de segurança se não forem desenvolvidos de forma responsável", refere um comunicado do Ministério da Ciência, Inovação e Tecnologia.
"Para aproveitar plenamente as extraordinárias oportunidades da Inteligência Artificial, devemos perceber e enfrentar os riscos para garantir que ela se desenvolva com segurança nos próximos anos", argumentou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.
A IA é um termo geral para qualquer tipo de processo automatizado que utiliza algoritmos para produzir, manipular ou sintetizar dados.
O Reino Unido tem procurado assumir-se como uma potência nesta área e já tinha promovido uma reunião (que teve um caráter inédito) sobre o tema no Conselho de Segurança da ONU em julho, no âmbito da presidência britânica do órgão.
A imprensa britânica revelou ainda o interesse em que um futuro regulador mundial sobre esta matéria fique sediado em Londres.
Na altura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou para os potenciais riscos e impactos da tecnologia, a qual "tem um imenso potencial para fazer o bem e o mal numa escala maciça".
Em termos de segurança, a IA está a ser cada vez mais utilizada, incluindo pela ONU, para identificar padrões de violência, monitorizar cessar-fogos ou reforçar a manutenção da paz, a mediação e os esforços humanitários, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.
Porém, Guterres apelou à criação de um instrumento vinculativo até ao final de 2026 para proibir os "sistemas autónomos de armas letais" que funcionam sem supervisão humana e sugeriu a criação de uma "entidade das Nações Unidas" que ajude a maximizar os benefícios da IA e a reduzir os riscos, à semelhança da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) ou do Grupo de Especialistas da ONU sobre o Clima (GIEC).
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