O relatório agora divulgado alerta para o risco de "ataques dirigidos a países que apoiaram publicamente Israel perpetrados por grupos de ideologia islâmica ou pró-palestina", registando vários incidentes por parte de grupos pró-palestinianos contra aplicações israelitas.
Estes ataques envolvem a exploração de vulnerabilidades para enviar notificações falsas aos seus utilizadores.
Durante os primeiros dias do conflito, segundo a S21sec, foram registados vários ataques de Negação de Serviço Distribuído (DDoS), um tipo de ataque cibernético com o objetivo de bloquear um site por um período limitado de tempo, impedindo os utilizadores de terem acesso.
O documento informa que um dos primeiros grupos 'hacktivistas' a mostrar atividade cibernética durante o conflito foi o Anonymous Sudão, que dirigiu ataques DDoS contra os sistemas de aviso de emergência israelitas Red Alert e Tzeva Adom, menos de uma hora após o lançamento dos primeiros mísseis do Hamas.
O ataque cibernético consistiu, adianta a mesma fonte, na desativação das aplicações Tzeva Adom, um sistema de radar de alerta precoce instalado pelas Forças de Defesa de Israel, e o Red Alert, uma aplicação desenvolvida por voluntários para fornecer alertas de mísseis em tempo real aos cidadãos israelitas.
A S21sec refere ainda que, durante algum tempo, devido à exploração de uma vulnerabilidade no Interface de Programação de Aplicações (API), os atacantes enviaram uma falsa ameaça de ataque nuclear aos utilizadores das aplicações.
Entre os grupos que podem apoiar Israel, está o APT34 (OilRig), conhecido pelos seus laços com o governo iraniano.
Alguns grupos que poderão a vir apoiar o Hamas incluem o APT-C-23 (Avid Viper) e o Gaza Cybergang, ambos conhecidos pelos seus ciberataques contra alvos israelitas, refere o relatório.
Nos últimos anos, as guerras "não são apenas travadas no terreno físico, pois o ciberespaço tem-se tornado uma extensão do campo de combate", afirmaram os especialistas no relatório da S21Sec.
O ataque do Hamas contra Israel a 07 de outubro fez mais de 1.400 mortos em Israel, na maioria civis, e a retaliação israelita fez cerca de 4.000 mortos em Gaza, também sobretudo civis, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais.
No 14.º dia de guerra entre Israel e o Hamas, que prossegue apesar de uma intensa atividade diplomática, o Exército israelita continuou hoje a bombardear a Faixa de Gaza.
Segundo o Exército israelita, cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controlo das zonas atacadas a 07 de outubro pelo movimento islamita.
O número de reféns do Hamas mantidos em cativeiro em Gaza foi na quinta-feira revisto em alta, para 203 pessoas, e o Exército israelita indicou hoje que "a maioria está viva".
A S21sec é uma empresa líder internacional em serviços de segurança digital, com foco na pesquisa e desenvolvimento estratégico. Fundada em 2000, emprega mais de 250 especialistas qualificados na área da segurança digital.
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