O ministro falava no Instituto Superior Técnico (IST) em Oeiras, onde foi criado o nanossatélite português que vai a bordo do novo foguetão europeu Ariane 6, hoje lançado a partir da Guiana Francesa.
Falando momentos antes do lançamento do foguetão o ministro salientou que o momento simboliza a ligação com o que é feito em Portugal "há alguns anos" e que permite que hoje Portugal seja "emergente numa área decisiva que é a aeroespacial".
Mas o momento é também importante, disse, por a Europa voltar a ter autonomia na colocação de satélites no espaço, porque antes dependia de foguetões dos Estados Unidos.
Fernando Alexandre destacou também que a evolução no setor aeroespacial permite a ligação entre a ciência e a ciência aplicada, "que resolve problemas da humanidade", permitindo aplicações em outros setores, como a defesa.
Hoje, advertiu, o investimento em defesa é investimento numa das áreas mais importantes. "Se Portugal ficar de fora não vamos poder aproveitar competências e talento que estamos aqui a gerar e provavelmente continuaremos a alimentar a indústria de outros países", disse.
O satélite português foi feito por alunos e professores do IST. Rogério Colaço, presidente do IST, assinalou o trabalho de equipa na construção ISTSat-1, que se estabeleceu como projeto em 2016 e que é o "exemplo de que no IST se concretizam sonhos".
"Acreditamos que hoje estamos a dar um passo para capacitar o país para que possa entrar na corrida ao espaço", disse, recordando o Posat-1, o primeiro satélite português colocado em órbita há 30 anos.
Agora, porque "o país tem conhecimento" e tem capacitação, os próximos satélites surgirão mais rapidamente, seja para monitorizar o espaço, a área marítima, as catástrofes ou a água doce, disse.
E porque "é preciso trabalhar em conjunto" o IST, a Câmara de Oeiras, o Centro de Engenharia CEIIA e a AED Cluster Portugal assinaram um protocolo de colaboração.
Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras disse que a autarquia já investiu 40 milhões de euros em investigação, educação e ciência no município, nos últimos cinco anos, tendo previsto um valor idêntico para os próximos cinco.
O novo foguetão europeu Ariane 6 descolou hoje com êxito da Guiana Francesa, às 20:00 (hora de Lisboa), levando a bordo o nanossatélite português ISTSat-1.
Trata-se do primeiro voo do foguetão que permitirá à Europa recuperar o acesso autónomo ao espaço.
O lançamento, feito da base espacial europeia, em Kourou, na Guiana Francesa, foi transmitido em direto pelo canal de televisão da Agência Espacial Europeia (ESA), que tem competência para certificar voos de novos aparelhos.
O Ariane 6 sucede ao Ariane 5, que fez o seu último voo em julho de 2023, e foi construído pela empresa francesa Ariane, que irá operar os voos comerciais.
Entre os vários pequenos satélites que seguem a bordo do foguetão está o ISTSat-1, construído por estudantes e professores do Instituto Superior Técnico (IST).
Trata-se do primeiro nanossatélite concebido por uma instituição universitária portuguesa.
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