"Esta é uma das principais conclusões de um estudo encomendado pela DE-CIX, o principal operador mundial de Internet Exchange (IX), por ocasião do quinto aniversário da presença em Portugal", refere a empresa, em comunicado.
O estudo analisa os fatores que permitiram a Portugal - e Lisboa, em particular - "ser reconhecido como um centro de interligação global, fruto dos investimentos em infraestruturas, geografia e cabos submarinos globais - e afirmar-se como uma alternativa viável aos FLAPS (Frankfurt, Londres, Amesterdão, Paris e Estocolmo), os locais históricos de interconexão na Europa".
Denominado "Portugal: A Global Interconnection Hub, a Gateway to Europe, a Gateway to the World", o estudo refere que, apesar de Londres e Frankfurt terem uma posição semelhante, "Lisboa destaca-se por apresentar ligações diretas por cabos submarinos através do Atlântico até à América do Sul, e em breve ligações diretas à Costa Leste dos EUA".
Até 2026, estão previstas as iniciativas de amarrações de cabos submarinos em Portugal se estendam a 115 estações de amarração de cabos em todo o mundo, com ligações diretas por cabo com cerca de 60 países nos cinco continentes e estendendo-se até à Austrália.
"O que distingue Portugal de uma forma ainda mais distinta de outros países é que as quatro principais estações de amarração de cabos internacionais e os três principais Internet Exchange de Portugal em Lisboa estão todos num raio de apenas 100 quilómetros, criando uma infraestrutura de rede unicamente concentrada e interligada", lê-se no documento.
O estudo conclui ainda que "os preços da conectividade de trânsito IP de Portugal caíram 65% desde 2016, proporcionando uma posição competitiva no mercado europeu".
Destaca ainda "um ecossistema próspero de cabos submarinos e terrestres, um forte investimento em centros de dados e uma duplicação do número de Internet Exchanges de 2016 a 2024" como fatores para o posicionamento de Portugal, que liga atualmente regiões do mundo à Europa e não só.
No início deste ano, Portugal contava com 33 'data centers' [centros de dados], dos quais 20 estão perto de Lisboa.
"Na Covilhã, Portugal possui um dos maiores centros de dados do mundo" e está previsto um outro alimentado totalmente por energia verde no âmbito do projeto em Sines.
Este "será o maior centro de dados de energia renovável da Europa", caso seja concluído como previsto.
"No momento em que celebramos os cinco anos da DE-CIX Lisboa, estamos imensamente orgulhosos do crescimento e do impacto que alcançámos no estabelecimento de Portugal como 'hub' de interligação global", afirma o presidente executivo (CEO) da DE-CIX, Ivo Ivanov, citado em comunicado.
O estudo "[...] revela os progressos notáveis que Portugal fez no desenvolvimento da sua infraestrutura digital e na dinamização de vários setores", acrescenta.
"Assistimos a um crescimento significativo, com o número de redes ligadas a triplicar desde o início das nossas operações. A localização estratégica da DE-CIX Lisboa minimiza a latência na troca de dados, apoiada por ligações diretas por cabos submarinos à América do Sul e ligações futuras à costa leste dos EUA", aponta, referindo que a baixa latência "é crucial" para os serviços digitais, "frequentemente considerados a nova moeda da era digital".
Lisboa acolhe entre 01 e 03 de outubro a primeira conferência Atlantic Convergence, iniciativa da DE-CIX, em parceria com a Atlas Edge, o principal fornecedor europeu de plataformas Edge com centros de dados em 12 países, EllaLink, cabo submarino que liga a Europa, África e América do Sul, e a Interfiber Networks, que oferece soluções de fibra, trânsito IP e agregação para a conectividade à Internet em África.
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