"Temos áreas operacionais muito extensas, muitas delas em espaços interiores, onde a qualidade da comunicação, o sinal, a cablagem e as capacidades da rede sempre foram um desafio devido às estruturas de aço e betão, galerias, campos eletromagnéticos, entre outros", afirmou o 'global chief technical officer'.
Contudo, "já temos soluções integradas com inteligência artificial [IA] que nos ajudam em metodologias preditivas e prescritivas para manutenção, processos, descarbonização, eficiência, qualidade, bem como segurança e saúde no trabalho", prosseguiu, adiantando que "estes conceitos, baseados em sensores e comunicação, só podem ser aplicados com uma rede fiável e de alta velocidade, de preferência sem fios, para permitir uma integração e atualização flexíveis e sem limitações".
Berkan Fidan sublinhou que "ferramentas tecnológicas como 'drones' para interiores e exteriores, óculos de realidade aumentada e mista, câmaras 4K e sistemas de condução autónoma só podem ser utilizados sem interrupções de sinal e com alta precisão através de uma conectividade robusta".
Além disso, "também é importante melhorar a eficiência no trabalho através do acesso a PC, 'tablets' e dispositivos móveis em ambientes supervisionados", pelo que "todos estes fatores justificam o nosso investimento na rede 5G MPN e pretendemos continuar este caminho para mantermos a liderança na transformação digital na nossa indústria", afirmou.
Sobre o valor do investimento nesta rede privada, disse que devido a cláusulas de confidencialidade não poderia partilhar todos os detalhes, mas que cada instalação terá um serviço garantido durante 10 anos, com a possibilidade de extensão para os períodos seguintes.
Mais do que o investimento na própria rede, "o orçamento final será definido pela forma como esta será utilizada, e temos vindo a realizar várias colaborações e investimentos nessa área" e, "em breve, haverá novos anúncios sobre este tema".
Questionado sobre o impacto estimado na produtividade da Cimpor, Berkan Fidan salientou que "os dados industriais são o novo combustível" da operação da empresa. "E podemos considerá-los um produto nosso. A quantidade, a variedade e a qualidade desses dados têm um impacto direto nos nossos sistemas de apoio operacional, que são suportados por inteligência artificial", apontou.
"Com a rede 5G MPN, seremos mais ágeis e precisos, praticamente duplicando o desempenho das nossas análises preditivas e prescritivas" isso "traduz-se na otimização de processos com alta precisão, deteção de falhas, redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), eficiência energética, qualidade estável e elevada nos produtos finais, maior fiabilidade e produtividade", explicou o administrador.
Adicionalmente, "e talvez o mais crítico, será a capacidade de execução de forma muito mais segura com as ferramentas e sistemas de notificações adequados à operação".
Em termos globais, a empresa espera até 10% de melhoria na eficiência global do equipamento (OEE) numa fase inicial, incluindo os efeitos indiretos desta tecnologia.
O responsável destacou que, além do impacto na eficiência e produtividade, o projeto também apoia a estratégia de descarbonização da Cimpor.
"Através da melhoria da eficiência operacional, esperamos reduzir, numa fase inicial, pelo menos 100.000 toneladas de CO2 por ano, considerando os impactos diretos e indiretos do projeto", referiu.
Também "vai permitir-nos fortalecer parcerias com empresas de alta tecnologia, empreendedores, e tornarmo-nos mais atrativos para novos talentos e jovens engenheiros que irão definir os próximos passos da indústria", concluiu.
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