Estima-se que 5,5 mil milhões de pessoas estejam atualmente 'online', de acordo com as últimas estatísticas da União Internacional de Telecomunicações (UIT), citadas pela agência France-Presse (AFP).
Estes números representam um aumento de 227 milhões de pessoas em relação ao ano passado, segundo estimativas revistas para 2023 e mostra que "um terço da humanidade ainda não utiliza a Internet", frisou Cosmas Luckyson Zavazava, diretor do Gabinete de Desenvolvimento de Telecomunicações da UIT, durante uma conferência de imprensa desta agência da ONU realizada em Genebra.
Zavazava manifestou preocupação com as profundas disparidades entre as zonas urbanas e as zonas rurais remotas e lamentou que "a conectividade universal continue a ser uma perspetiva distante" em muitos países pobres.
No total, 68% da população mundial está agora 'online', registou a UIT, mas lamenta que "persistam fossos digitais".
O relatório "é uma história de duas realidades digitais entre países de alto e baixo rendimento", observou a diretora-geral da UIT, Doreen Bogdan-Martin, que aponta para "lacunas acentuadas nos principais indicadores de conectividade que impedem as pessoas mais vulneráveis de aceder à informação, à educação e às oportunidades de emprego online".
Embora 93% das pessoas nos países de rendimento elevado tenham utilizado a Internet este ano, apenas 27% dos seus homólogos nos países de baixo rendimento estavam 'online', de acordo com o relatório.
"A disparidade foi quase eliminada nos países de rendimento elevado, enquanto a disparidade continua a ser grande nos países de rendimento baixo", destacou Zavazava.
"O mundo está a caminhar para o acesso universal em pequenos passos, numa altura em que deveria estar a acelerar", acrescentou.
Pelo lado positivo, a disparidade de acesso entre géneros está a diminuir, com cerca de 70% dos homens 'online' em comparação com 65% das mulheres.
"Embora mais 189 milhões de homens do que mulheres utilizem a Internet, o relatório mostra que o mundo está a caminhar para a paridade de género, exceto nos países menos desenvolvidos", sublinhou o responsável.
As zonas rurais continuam em desvantagem, uma vez que aí vivem 1,8 mil milhões dos 2,6 mil milhões de pessoas 'offline'.
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